uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

António Coelho de Sousa é o novo presidente do conselho de administração da Companhia das Lezírias

Substituto de Vítor Barros é ex-colega do ministro da Agricultura na Universidade de Évora

Vítor Barros foi afastado da Companhia das Lezírias. Ao leme da maior empresa agrícola nacional está agora António Coelho de Sousa, ex-colega do actual ministro da Agricultura. O Governo quer aumentar a rentabilidade da Companhia e reorganizar a forma de funcionamento da Fundação Alter Real, que está integrada naquela empresa do Estado e que tem sentido dificuldades financeiras.

O Ministério da Agricultura quer implementar mudanças na Companhia das Lezírias, a maior empresa agrícola nacional detida exclusivamente por capitais públicos e na Fundação Alter Real – que integra a empresa - de forma a torná-la mais rentável num futuro próximo. O primeiro passo já foi dado, com o afastamento do presidente do conselho de administração, Vítor Barros, que foi substituído por António Coelho de Sousa, ex-colega do ministro António Serrano na Universidade de Évora.O afastamento de Vítor Barros, segundo fonte do Ministério da Agricultura ouvida por O MIRANTE, está relacionado com as crescentes divergências entre o próprio e o ministro António Serrano quanto à forma de gerir a Fundação Alter Real, entidade que tem atravessado várias dificuldades financeiras e que é dirigida por inerência pelo presidente da Companhia das Lezírias. Os objectivos do ministério com esta nova liderança são aumentar a rentabilidade da Companhia e implementar uma “reorganização profunda” no modo de funcionamento da Fundação Alter Real. De acordo com a mesma fonte, a gestão de Vítor Barros sofreu um golpe desde que, no início do ano, a Fundação foi alvo de uma auditoria desencadeada pela Inspecção-Geral da Agricultura e Pescas, por ordem do ministério da Agricultura, por alegados actos de má gestão que originaram vários prejuízos à instituição. As conclusões da auditoria mostraram que não foi detectada nenhuma irregularidade ou ilegalidade na gestão da Fundação.O ministério garante que a saída de Vitor Barros “nada tem a ver com a auditoria” e que foi feita de mútuo acordo com o ministro António Serrano. A primeira prioridade do Governo é “reorganizar profundamente a Fundação Alter Real, através de um plano de gestão cuidado e eficiente e que seja sustentável para o erário público”.O novo presidente do conselho de administração da Companhia e que vai ficar responsável pelas duas entidades tuteladas pelo Estado, António Coelho de Sousa, foi colega do ministro António Serrano no departamento de gestão da Universidade de Évora e tem formação superior em economia e gestão agro-alimentar. António Sousa era professor auxiliar da Universidade de Évora e deverá abandonar esse cargo no próximo ano lectivo para se dedicar em exclusivo às suas novas funções. O responsável exercia também o cargo de presidente da Assembleia Municipal de Viana do Alentejo pelo Partido Socialista.Contactado por O MIRANTE, Vítor Barros recusou comentar o assunto. O nosso jornal tentou também ouvir António Sousa mas nenhuma resposta nos foi enviada até ao fecho desta edição.A Companhia das Lezírias, recorde-se, apresentou no ano passado um resultado líquido positivo de 140 mil euros e possui 20 mil hectares de terreno, distribuídos pelos concelhos de Vila Franca de Xira, Benavente e Salvaterra de Magos, onde trabalham 90 funcionários na produção de vinho, arroz, cortiça, leite e gado. Em relação à Fundação Alter Real, criada em 2007 pelo então ministro Jaime Silva para assumir as responsabilidades do antigo Serviço Coudélico Nacional e à gestão das Coudelarias do Estado, as contas são mais complicadas, com a fundação a mostrar dificuldades financeiras, especialmente fruto das quebras de receitas nos leilões anuais (baixaram de 200 mil euros em 2008 para 85 mil euros no ano passado) e queda das contribuições das empresas no âmbito do mecenato, que caíram de 800 mil euros em 2008 para 160 mil euros em 2009. Actualmente a Fundação emprega 130 pessoas e tem como objectivo promover a preservação do património genético da raça lusitana, num trabalho que envolve também as raças Sorraia e Garrano.

Mais Notícias

    A carregar...