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Câmara de Mação investe um milhão de euros em Centro de Aprendizagem de Arte Rupestre

Autarquia diz que vão ser criados entre 30 a 40 postos de trabalho directos e 150 indirectos

O futuro centro será construído no Vale do Rato, próximo do actual Museu, e inclui um espaço de observação na aldeia de Zimbreira.

“Consubstanciar” o trabalho desenvolvido em Mação nos últimos anos em torno das suas riquezas arqueológicas é objectivo da câmara municipal, que anunciou um investimento de um milhão de euros na construção de um Centro de Aprendizagem e Observação (CAO). O novo equipamento cultural e científico pretende aumentar todo o trabalho que o Museu de Arte Pré Histórica tem desenvolvido em Mação e em seu redor, e onde serão criados espaços de investigação e experimentação, laboratórios, sala de exposições e um espaço bibliográfico de Arqueologia e História do Alto Ribatejo, um “elemento nuclear”, pela sua natureza de instrumento de aprendizagem.O presidente da Câmara de Mação, Saldanha Rocha (PSD), disse que o projecto, que deverá estar concluído em 2012, criará entre 30 a 40 postos de trabalho directos e 150 indirectos, esperando-se que, “dentro de poucos anos” se atinjam os 50 mil visitantes por ano. “O investimento”, continuou, insere-se numa “aposta estratégica de longo prazo” em termos de “valorização do território”, sendo “inspirado” nas grutas francesas de Tautavel, com vestígios de ocupação humana de 450 mil anos. A “aldeia, que tinha 600 habitantes, tem hoje 10 hotéis e cerca de 350 mil visitantes por ano”, contou o autarca, que decidiu apostar na adaptação em Mação do que havia visto em França.O futuro centro será construído no Vale do Rato, próximo do actual Museu, e inclui um espaço de observação na aldeia de Zimbreira, - “será a porta para o parque do Ocreza” -, que acolherá uma exposição de arte rupestre mundial, em colaboração com museus e universidades da Europa, América do sul, África, Ásia e Austrália. Luiz Oosterbeek, director científico do Museu de Arte Pré Histórica de Mação, disse à agência Lusa que o conceito do CAO, no quadro da rede de equipamentos do Museu, é o de “espaço complementar” do edifício-sede, ficando este vocacionado para a gestão, conservação e exposição de parte das colecções. O novo espaço vai dedicar-se à exposição de arte rupestre, articulada com a sua observação ao vivo e com a natureza que a enquadra, bem como para laboratórios interactivos e abertos ao público, biblioteca, sessões de experimentação e acções de formação. No entender de Oosterbeek, a actual dinâmica resulta de um “crescimento exponencial” em termos de utilização, apresentando “reflexos importantes” na economia local. Oosterbeek contabilizou “5 mil utilizadores em 2005, quase 13 mil em 2008 e mais de 15 mil em 2009”, que “esgotaram a capacidade hoteleira” de Mação, tendo sublinhado a “fixação” em Mação de cerca de 40 estudantes e um impacto no comércio local superior a 15 por cento do volume de negócios. O ponto de viragem do Museu de Mação deu-se em 2000 com a descoberta de uma gravura rupestre paleolítica com mais de 20 mil anos numa das margens do rio Ocreza, - um cavalo sem cabeça -, a primeira encontrada abaixo do Côa e na área do complexo de arte rupestre do Vale do Tejo. Poucos meses depois, arqueólogos portugueses e internacionais referenciavam mais de 50 gravuras comparáveis com as gravuras das fases antigas do Vale do Côa e Escoural.

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