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De marinheiro a gerente de loja em Vila Franca de Xira

De marinheiro a gerente de loja em Vila Franca de Xira

Vítor Vaz é o responsável da loja “Ginginha”

Nasceu numa aldeia perto de Mirandela, foi marinheiro e hoje é gerente de uma das casas mais tradicionais de Vila Franca de Xira, a “Ginjinha”, onde vende lotarias, faz assinaturas de O MIRANTE, vende jornais, e, claro, a ginja.

A primeira vez que Vítor Vaz viu o mar ficou apaixonado. Tinha 14 anos e viajara várias horas desde a sua Mirandela natal até poder pisar a areia da Costa da Caparica. Por ironia do destino, anos mais tarde entrou na Marinha e navegou pelo mundo. Depois decidiu dedicar-se à família e assumiu com um amigo a gerência da casa “Ginjinha”, uma das mais tradicionais de Vila Franca de Xira.Aos 45 anos Vítor Vaz garante que viveu a vida que queria e não há nada de que se arrependa no seu passado profissional. Natural da aldeia de Franco, Mirandela, ainda hoje recorda com emoção a tal viagem que o levou até ao mar.“Naquela altura o isolamento daquelas aldeias era muito grande. Eu nunca tinha visto o mar, só ouvia falar dele. Quando finalmente vi o oceano foi esmagador. O barulho das ondas, aquela areia toda, aquela água. Ultrapassava tudo o que eu pudesse ter imaginado e foi fantástico”, conta. Vítor Vaz estudou até ao 11º. “Os professores eram gente com experiência e muito competentes. Todos os respeitávamos e levávamos o estudo muito a sério”, garante. Estudou num curso científico-tecnológico e, em 1981, foi forçado a fazer uma escolha profissional. “Tinha um vizinho que estava na Marinha e que, em conversa com o meu pai acabou por decidir tudo. Como eu não tinha dinheiro para vir frequentar uma faculdade, acabei por entrar na Marinha. Não foi fácil, havia muita gente interessada em passar as provas. Mas como sempre gostei da aventura, de ir atrás do desconhecido, arrisquei”, recorda.Vítor Vaz iniciou a recruta na Escola da Armada em Vila Franca de Xira. “Foi lá que também tirei um curso de especialização em operador de máquinas, sistemas de frio e outras máquinas marítimas. Não era um curso complicado para mim porque eu trazia uma boa preparação escolar, boa parte das matérias aprendi-as na escola de Mirandela”, ressalva.Por ter sido um dos alunos com melhor nota no curso teve a possibilidade de escolher em que navio desejava embarcar. “Eu fui dos primeiros a escolher. Entrei num navio que foi para os Estados Unidos e Canadá. Mas nunca pensei desembarcar e ficar por lá, sempre tive muitas ligações a Portugal”, confessa.Vítor Vaz acabou por somar, segundo o próprio, “muitos milhares de milhas náuticas” por todo o Mundo, passando pelos vários continentes. Apesar da ligação ao oceano a família acabou por ditar o destino da vida de Vítor. “Eu tinha muitos anos de serviço e as perspectivas de carreira não me levavam mais adiante. Foi então que conheci o Manuel Inácio, dono da “Ginjinha” aqui em Vila Franca de Xira e como na altura tive alguma sorte na vida decidi sair da Marinha e arriscar, formei uma sociedade com ele. Gostava e ainda gosto muito da Marinha, ainda falo com frequência com gente que lá trabalha, mas já estava saturado dos embarques e quando se tem família torna-se tudo mais complicado e eu prefiro a minha família”, diz com um sorriso. A “Ginjinha” tem sido, desde então, um dos mais populares locais de encontro da cidade vilafranquense, oferecendo aos visitantes uma vasta selecção de jornais e revistas, bar e lotarias. “Também somos um posto de recepção de anúncios e pagamento de assinaturas de O MIRANTE”, acrescenta o nosso interlocutor.Os dois sócios abriram recentemente um novo espaço na vila de Alhandra e já têm planos para o futuro. “Em Vila Franca tivemos um grande contratempo com o fecho da passagem pedonal para o Jardim Constantino Palha, que nos veio prejudicar bastante o negócio. Já não falo da passagem de nível, agora fechar o acesso lateral à estação é que não compreendo. Isto tinha um acesso mas de um momento para o outro alguém decidiu fechar, não se sabe bem porquê. A Câmara Municipal sempre se mostrou disponível para ajudar e espero que, através da REFER, nos deixe colocar um quiosque junto à praça de táxis. É uma ideia que está em estudo”, conclui.
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