É com profunda tristeza que, mais uma vez, tomo conhecimento que na “Recta do Cabo” se perderam mais duas vidas e provavelmente se comprometem mais umas quantas, pois para além dos feridos graves, não podemos deixar também de pensar que provavelmente os condutores implicados, embora não tenham sofrido danos fisicos, sofreram com toda a certeza danos psicológicos profundos que vão comprometer o seu futuro. Sou utilizador frequente do percurso em questão (há 35 anos) e recordo-me que existiu um período que era visivel a presença da BT da GNR a patrulhar a via, o que funcionava como elemento dissuasor. Nos dias de hoje, não os conseguimos detectar, nem se quer em viaturas descaracterizadas.Se juntarmos esta lacuna há inexplicável e inadmissível passividade das autoridades competentes para tomar uma decisão de fundo que permita evitar os sinistros no entroncamento em questão, vamos com toda a certeza e durante muitos mais anos assistir a acidentes com resultados trágicos. É incompreensivel e intolerável que, uma via com o tipo e intensidade de tráfego como a Recta do Cabo (veículos pesados de todo o tipo, veículos agrícolas e ligeiros de passageiros, etc) não possua as condições mínimas de segurança. Lamentável que as entidades responsáveis continuem a “assobiar e a olhar para o lado” ignorando por completo um problema grave e real.Talvez , quando algum membro do governo, de um qualquer partido político ou até, um elemento que pertenca aos corpos camarários de um dos municípios que utilizem com frequência o troço em questão (ou até um amigo ou familiar destes) tenha a infelicidade de perder a vida num sinistro de caracteristicas idênticas a este a tal rotunda que está “no papel” passe rapidamente para o local onde deveria estar . Infelizmente, é o país que temos. Pedro Veladas