Inexorável Manuel Serra d’Aire
Inexorável Manuel Serra d’AireFiquei estarrecido com as diabruras de que estão a ser vítimas os desempregados que frequentam os cursos de formação profissional em Almeirim em instalações cedidas pela câmara municipal. Não percebo como pode ser motivo de chalaça o facto de os formandos exigirem umas escadas rolantes que os transportem para o 1º andar do edifício, evitando-se assim o risco de subir e descer as escadas existentes. Todos sabemos como é pesado o fardo do desemprego e como aquelas escadas parecem ter uma certa propensão para a malvadez. Basta ver que no mesmo dia uma desempregada se aleijou num pé e um dos bombeiros que a foi socorrer caiu e partiu um braço. Diz-me lá que isto não é estranho e não justifica medidas de excepção antes que ali ocorra um massacre. Aquelas escadas são fogo!Li com curiosidade as queixinhas que a Refer veio fazer das câmaras de Coruche, Salvaterra de Magos e Cartaxo, por estas não pagarem a tempo e horas as verbas a que se comprometeram para reactivar o transporte ferroviário de passagei-ros entre Coruche e Setil. E digo que li com curiosidade (e também com um sorriso escarninho) porque, habitualmente, quem costuma ser alvo de queixas é a Refer e a sua irmã CP pelas partidas que pregam aos seus passageiros. Ver a Refer esperar sentada pelos pagamentos, tal como nos acontece muitas vezes quando aguardamos os comboios atrasados, é uma ironia do destino que me deixa regalado. Já diz o ditado que cá se fazem cá se pagam. E toda a gente sabe que os nossos autarcas têm alguma dificuldade em pagar a tempo e horas.E, por falar em autarcas, tenho de tirar o chapéu ao presidente da Câmara do Cartaxo, que recentemente, a pretexto do Dia da Juventude, desafiou os jovens do seu concelho a irem para o estrangeiro aprender porque essa é a melhor forma de “abrir horizontes” e de adquirir conhecimentos. Palavras curiosas, quando a maior parte dos colegas se esfalfa por fixar os mais jovens nos seus territórios. Além disso não concordo com a tese do estrangeirado autarca, de que lá fora é que se aprende. Acho mesmo que os jovens do Cartaxo, e já agora do país, devem é pôr os olhos no exemplo do autarca Paulo Caldas, que em tempos foi o presidente de câmara mais jovem do país e por causa disso até recebeu a visita de um Presidente da República. Depois foi amadurecendo e surgiram outras visitas, eventualmente menos agradáveis, aos paços do concelho e até à sua casa particular. Mas a verdade é que o autarca foi conquistando maiorias absolutas umas atrás das outras e não houve adversário, por mais viajado que fosse, que o conseguisse apear. Essa é que é essa!Uma última palavra para o partido que quer acabar com as touradas e manifestações afins em Portugal. Discordo em absoluto que se privilegie toiros, novilhos, vacas e bezerros e se esqueça a defesa dos caracóis, essa espécie mártir que também tem cornos e é cozinhada viva na companhia de sal e orégãos. Uma imperial e um pires de tremoços do Serafim das Neves
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