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A banda, o convívio e a procissão … alguns empregos também davam um jeitão

A festa é bonita. A vila é a melhor do Mundo. As relações de vizinhança ainda são à moda antiga e o ambiente é tranquilo. E tudo podia ser melhor com mais empregos e alguns melhoramentos. Ficam as opiniões de quem sabe do que fala.

“Podemos sempre contar uns com os outros”José Estaca, 65 anos, Glória do Ribatejo, ReformadoAs festas em honra de Nossa Senhora da Glória são um motivo para José Estaca rever os amigos e conviver com eles. Ir às festas é uma tradição que José Estaca cumpre desde criança. “Enquanto puder ir não vou falhar. Aproveito para petiscar e beber uns copos enquanto converso com os amigos. Este ano não quero perder os Quinta do Bill. São dias diferentes em que sabe bem ficar na rua até tarde por causa das noites quentes”, diz.Para o reformado o que torna a Glória a melhor terra de Portugal é a união da população, o acolhimento com as pessoas que vêm de fora. “Podemos sempre contar uns com os outros em situações mais complicadas”, esclarece. José Estaca considera que faz “muita falta” na Glória do Ribatejo emprego que estimule o desenvolvimento da freguesia. “Não existem postos de trabalho. Quem quer trabalhar tem que ir para fora e isso faz com que a vila vá ficando cada vez mais desertificada”, refere.“Fogo-de-artifício e procissão são os melhores momentos”António Modesto, 69 anos, Glória do Ribatejo, ReformadoAntónio Modesto garante que não vai perder o fogo-de-artifício e a tradicional procissão em honra de Nossa Senhora da Glória. “São os momentos mais bonitos da festa que trazem muitos visitantes à terra”, diz. O antigo motorista afirma que vai “tentar” marcar presença no recinto das festas todos os dias para confraternizar com os amigos e divertir-se. “Se puder vou ver todos os artistas musicais”, refere, acrescentando que estas festas são muito importantes para o desenvolvimento da freguesia e também do concelho.Um lar de idosos é o que, na opinião de António Modesto, faz mais falta à vila. “Temos um Centro de Dia, mas era importante que os idosos pudessem ficar internados, muitos não têm com quem ficar”, considera. “Somos pessoas sérias, honestas, bairristas e damos muito valor às nossas tradições”, justifica António Modesto quando questionado sobre o que torna a freguesia tão especial.“Não perco a chegada da banda e o hastear da bandeira”Laura Francisco, 73 anos, Glória do Ribatejo, ReformadaDepois de vários anos a viver no concelho de Coruche, Laura Francisco volta à sua terra natal. Este ano espera “ter saúde” para ir ver as festas em honra de Nossa Senhora da Glória. A chegada da banda da música e ver o hastear da bandeira nacional ao som do hino nacional são os momentos mais emocionantes da festa. “Também gosto muito de ver as actuações dos ranchos folclóricos”, afirma.O bairrismo dos habitantes de Glória do Ribatejo e as suas tradições assim como a forma como são acolhedores com os de fora são, para Laura Francisco, os principais atributos que tornam a Glória uma vila “tão fascinante”. Na sua opinião faltam apenas mais espaços verdes para as crianças e idosos e um Lar a funcionar 24 horas por dia. “Em vez de estarem a fazer duas viagens diárias para irem buscar e levar os idosos eles ficavam cá de noite também”, refere.“Precisamos criar empregos na Glória”Joaquim Olaio Gomes, 63 anos, Glória do Ribatejo, EmpresárioJoaquim Olaio Gomes aproveita o facto da sua casa ter vista privilegiada para o recinto das festas para observar e ouvir os espectáculos que lá se realizam. Mas nem por isso deixa de ver in loco as novidades. O empresário escolhe normalmente a noite de domingo para visitar o arraial. “Gosto muito de ver o fogo-de-artifício, os espectáculos musicais e a ornamentação das ruas”, explica, acrescentando que as festas trazem muitos “forasteiros” à vila e ajuda ao seu desenvolvimento.Na sua opinião são as tradições muito antigas da Glória do Ribatejo e o facto de ser uma vila rural e muito calma, perto de cidades, que a tornam tão especial e única. Para Joaquim Gomes a câmara de Salvaterra de Magos devia apostar na colocação de indústria na freguesia. “Precisamos criar empregos na Glória para as pessoas continuarem a viver cá. É o que faz mais falta”, reflecte.“Não existe festa tão bonita como a nossa”António Nunes Pereira, 58 anos, Glória do Ribatejo, CabeleireiroAntónio Nunes Pereira considera que é o facto de viver no campo, onde existe maior qualidade de vida que torna a vila de Glória do Ribatejo “uma das melhores” da região para se viver. O cabeleireiro garante que não perde um único dia das festas em honra de Nossa Senhora da Glória. Aproveita para estar com os amigos, petiscar e beber uns copos, apesar de garantir que este ano está mais “regrado”. António Pereira diz que não vai perder os espectáculos musicais que vão animar a vila. “Nos concelhos mais próximos não existe festa tão bonita como a nossa”, proclama.Para António Nunes Pereira, a Glória do Ribatejo peca por ter ainda várias estradas da freguesia por alcatroar. “O Centro de Saúde é de grande utilidade, mas podia funcionar 24 horas por dia”, afirma. “Faz falta piscina, ATL e actividades desportivas”Quitéria Gregório, 51 anos, Glória do Ribatejo, ReformadaQuitéria Gregório aproveita as festas em honra de Nossa Senhora da Glória para conviver e rever os amigos e até familiares que estão longe e regressam à terra natal nesta altura do ano. A reformada confessa ser fã das festas da vila e além de conviver também gosta de dançar e ouvir os cantores que vão actuar. “Este ano os Quinta do Bill é o grupo que mais me desperta a atenção”, confessa.Para Quitéria Gregório é a união das pessoas da terra que se conhecem “todas” e ajudam-se umas às outras sempre que é preciso que faz da Glória uma das vilas mais “castiças” do Ribatejo. Em relação ao que faz falta na freguesia, Quitéria aponta uma piscina, atelier de tempos livres e actividades desportivas para os mais novos. “Sem isto eles vão para mais longe sem necessidade nenhuma”, reforça.

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