Em Janeiro de 2009 a Câmara Municipal de Santarém transferiu para a Junta de Freguesia de Almoster dinheiro para pagamento de várias obras, entre as quais as de requalificação da Praça Vasconcelos Coutinho. O presidente da junta de então, Vítor Alves (CDU), paga o que devia pagar menos as obras da praça. O dinheiro é usado para pagamento de salários e pagamentos a fornecedores. Agora a autarquia enfrenta uma ameaça de penhora por causa dessa situação. Vítor Alves e os elementos que faziam parte do seu executivo (Cláudia Teixeira e José Augusto da Fonseca) explicam num comunicado enviado a O MIRANTE que a culpa da grave situação é da Câmara de Santarém. No comunicado é explicado que a Junta de Almoster recebia mensalmente dez mil euros da Câmara de Santarém, no âmbito de um protocolo de delegação de competências e que esse dinheiro representava 60 por cento do total das receitas.A meio do mandato (Abril de 2007), explicam os autarcas do anterior executivo, a câmara deixou de transferir aquela verba o que contribuiu para o agravamento da situação financeira da junta. Para fazer face ao problema foram tomadas diversas medidas. Em Julho de 2008 o executivo deixou de receber as compensações mensais a que tinha direito. Em Setembro do mesmo ano foi o presidente que adiantou 3.200 euros para fazer face às despesas, o que aconteceu uma segunda vez em Setembro de 2009 (três mil euros que, segundo é dito, ainda não foram reembolsados). Isto depois de em Fevereiro já terem sido usados os 33.959,41 Euros que seriam para pagar as obras da praça. “No final do nosso mandato, em 30 de Outubro de 2009, o valor que nos era devido pela Câmara Municipal de Santarém (58.668,98 Euros) cobria confortavelmente aquilo que a junta de freguesia devia a terceiros (47.873,46 Euros)”, explicam os elementos do anterior executivo. E acrescentam que em Junho de 2010 a dívida da câmara à junta tinha subido para perto de 90.000 Euros.A dívida que está na origem da possível penhora à junta de freguesia é de 70 mil euros. O credor é o BNP Pariba por ter assumido a massa falida da empresa João Salvador, que fez a requalificação da Praça. Vítor Alves lamenta que o actual executivo se queixe de falta de dinheiro e que isso seja usado como justificação para “a sua diminuta intervenção”, tanto mais que é da mesma cor partidária do executivo da câmara municipal.“(…) os maus gestores que assinam esta carta, vivendo dificuldades semelhantes, liquidaram sempre os vencimentos a tempo e horas a um grupo de trabalhadores bem mais numeroso; criaram e mantiveram o boletim informativo; realizaram todos os anos a Festa das Colectividades; iniciaram a organização de Campos de Férias para crianças e, entre outras pequeninas coisas, asfaltaram 6 estradas”, referem.