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“Animal perigoso é o dono. Os cães pequenos são piores que os das raças perigosas”

Drª Maria João Correia, médica veterinária Centro Veterinário da Encosta das Maias (Tomar)
Para a Drª Maria João Correia, a comunicação social – principalmente a televisão – tem sido um meio fundamental para o crescimento da informação sobre os cuidados a ter com os animais domésticos, nomeadamente no que diz respeito à sua alimentação e cuidados de saúde. “O grande avanço tem sido na medicina preventiva. As coleiras, as gotas contra os parasitas e a vacinação têm aumentado muito nos últimos anos”, sublinha.Contudo, a médica veterinária considera que há ainda um grave problema no que diz respeito aos direitos dos animais e que se prende com o abandono. “Devido à crise há muita gente que ao deparar-se com problemas de saúde dos seus animais de companhia, recorre ao abandono, por considerarem o tratamento demasiado dispendioso”, diz com tristeza.Tal como os colegas de profissão, também a responsável do Centro Veterinário da Encosta das Maias considera que surgiu uma moda de adquirir animais exóticos nos centros urbanos, mas lança o alerta para a questão da legalização dos mesmos. “Já me surgiram situações em que clientes me apareceram com animais ilegais, que não têm certificado de entrada no país, como cobras, morcegos e aves selvagens e exóticas. Quando me deparo com estas situações reporto-as de imediato às autoridades”, explica.O grosso da clientela do centro veterinário são essencialmente cães e gatos, por isso em relação a mordidelas, a Drª Maria João Correia reconhece que são “ossos do ofício”. “Já me habituei a reconhecer alguns dos sinais que os animais me dão. Nos gatos são as orelhas e o pêlo eriçado e nos cães é o ladrar, o não deixar tocar. Aí utilizamos os fármacos para sedar, tranquilizar ou anestesiar, de forma a poder trabalhar com os animais. Comigo, o que sucede é que com a experiência fui aprendendo a fugir. Detecto que o animal vai ser agressivo e já me protejo”, refere mostrando algumas marcas que ficaram de experiências anteriores. Para a veterinária, a questão das raças perigosas é um mito. “São muito mais problemáticos na clínica os cães de porte pequeno, como os pincher e os caniche do que os pitbull e os rottweiler. Nunca tive um pitbull agressivo com um ser humano. Na gíria veterinária até dizemos que animal perigoso é o dono, porque tudo depende da educação que é dada. Já os cães pequeninos são muito mais perigosos porque são animais mimados e os donos vêem com maus olhos a tentativa de lhes pôr açaime ou de os sedar”, explica.

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