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Arraigado Manuel Serra d’Aire

Fico sempre satisfeito quando vejo um amigo bem na vida. E foi assim que fiquei, entre o reconfortado e o eufórico, quando soube por uma revista que o nosso amigo Miguel Relvas não pára de facturar como homem de negócios, à média de 500 mil euros por ano. Bem melhor, como vês, do que quando era deputado e se tinha de sujeitar a uns míseros 5 mil euros mensais que mal davam para o tabaco. Abençoada Manuela Ferreira Leite que o saneou das listas do partido e lhe tirou o lugar em São Bento. É a prova de que há males que vêm por bem e que Deus pode ter sono, mas não dorme.Esta é também a prova que as novas oportunidades devem ser aproveitadas e que nunca devemos desistir. Miguel Relvas saiu directamente da JSD para as cadeiras do Parlamento, onde fez carreira como deputado durante quase 20 anos e conheceu muita gente. Depois voltou a estudar para ser doutor e homem de negócios e hoje o resultado está à vista. Meu caro, aqui está a prova de que devemos aprender até morrer e que há mais vida para além da Assembleia da República.Que o diga o escritor e autarca Moita Flores, que nunca precisou do Parlamento para dar nas vistas e que agora é também protagonista como defensor da festa brava e do mundo rural com petição a circular na Internet. Só não percebo as críticas do presidente da Câmara de Santarém ao PS local por, segundo ele, querer uma cidade de cavalariça e vacaria. Moita Flores tem que se decidir. Não pode querer sol na eira e chuva no nabal, já que estamos numa de retórica político-rural digna do engenheiro Sousa Veloso. Moita Flores enxameia a cidade de cavalos, cabrestos e toiros mês sim mês não - com o gado largando bosta por tudo o que é sítio fazendo concorrência à canzoada - e depois vem dizer que o PS é que quer uma cidade de cavalariças e vacarias? Em que ficamos afinal? Outra coisa que ainda não percebi é porque há regras tão apertadas em concursos para admissão de varredores pelas câmaras, por exemplo. Para não ser exaustivo, só te digo que o Diário da República estipula que os candidatos têm de enfrentar um programa da prova que incide sobre matérias a que se associa bibliografia e legislação como a Constituição da República, Quadro de Transferência de Atribuições e Competências para as Autarquias Locais assim como o regime jurídico de funcionamento dos órgãos dos municípios e das freguesias. Isto não é tudo, mas chega para afugentar o mais afoito. Ou seja, pelos vistos não interessa muito se o candidato sabe pegar numa vassoura e limpar o espaço público mas sim que seja um jurista encartado ou um emérito constitucionalista disposto a ganhar 500 euros por mês. Não é por acaso que muitos desses concursos ficam desertos. Afinal de contas, há cursos de engenharia que aparentemente requerem menos conhecimentos e onde até se podem fazer testes ao domingo ou via fax. Mas isto sou eu a dizer…Um amplexo do Serafim das Neves

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