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Nuno Serra é o novo líder da concelhia de Santarém do PSD

Vitória clara sobre a lista liderada por Luís Arrais e que integrava os homens de confiança de Moita Flores
Nuno Serra foi eleito esta sexta-feira presidente da comissão política concelhia do PSD de Santarém, tendo a sua lista obtido 259 votos contra 207 da lista adversária, liderada por Luís Arrais. Registaram-se ainda dois votos nulos.Para a mesa da assembleia de militantes, a lista A afecta a Nuno Serra e liderada pelo presidente da concelhia cessante, Ricardo Gonçalves, obteve ainda uma votação mais expressiva: 267 votos contra 196 da lista B liderada pelo ex-deputado António Campos. Houve ainda 5 votos em branco.Ao todo votaram 468 militantes, a maior participação de sempre em eleições para a concelhia escalabitana do PSD. Um dado sublinhado por Nuno Serra no rescaldo da vitória, destacando que “quem está de parabéns é o PSD, que provou que é o maior partido no concelho e uma força activa e mobilizadora”.Nuno Serra é o líder da bancada do PSD na assembleia municipal e contou com o apoio de Ricardo Gonçalves, número dois no executivo camarário, e de Ramiro Matos, que foi vice-presidente da câmara no mandato anterior e não poupou a lista derrotada no seu blogue (ver texto nesta página). O novo presidente diz que agora vai trabalhar para “unir o partido e fazer com que o PSD cresça, criando bases maiores para vencer os próximos desafios”. “Queremos estar todos do mesmo lado. O nosso adversário é o PS”, referiu Nuno Serra ao nosso jornal, dizendo que uma das apostas vai ser aproximar o partido da população e das instituições da sociedade civil e dar atenção às questões sociais.A vitória de Nuno Serra pode ser também vista como um revés para o presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores, que tinha muitos dos seus homens de confiança do lado de Luís Arrais, ele próprio um indefectível de Moita Flores. Luís Arrais, aliás, na apresentação da sua candidatura, deu a entender que contava com o apoio do autarca, que é independente eleito nas listas do PSD.Entre os apoiantes da lista de Luís Arrais contavam-se ainda históricos do partido como Hermínio Martinho e António Campos e os vereadores Luísa Féria, João Leite e António Valente, bem como o presidente da concelhia da JSD Diogo Gomes e o adjunto de Moita Flores na câmara Vítor Varejão.Ramiro Matos acerta contas com os derrotadosEx-vice-presidente da câmara diz que Nuno Serra venceu os que “muito fizeram para espezinhar” o partidoRamiro Matos, ex-presidente da concelhia do PSD e ex-vice-presidente da câmara, considera que a vitória de Nuno Serra foi uma lição para os que “muito fizeram para espezinhar” o partido. O advogado escreve no seu blogue que a eleição de Nuno Serra foi também uma lição para quem pensava que o PSD “era um apêndice da câmara municipal e do seu presidente” Moita Flores. O jovem advogado escalabitano, que suspendeu o mandato autárquico em Novembro de 2008 por incompatibilidades políticas com Moita Flores e não voltou a reocupar o lugar na vereação até final do mandato, não se coibiu de criticar a lista perdedora encabeçada por Luís Arrais. “Deste lado o PSD que alcançou as maiores vitórias para o PSD das últimas dezenas de anos, contra o PSD “do momento” duma lista em que muitos dos constituintes e apoiantes são actuais empregados da câmara, empresas municipais ou que têm interesses económicos com aquelas”. E acrescenta que, à partida, para muitos a luta seria desigual, porque “o poder tem para oferecer, em tentativas veladas de pressão, oferta e deslumbramento” e Nuno Serra “não tinha nada para oferecer senão o seu trabalho, o seu passado, a sua idoneidade e a sua independência”.O ex-autarca faz ainda referências aos actuais vereadores da autarquia para dizer que sempre que estes estiveram “do lado contrário” perderam as eleições do partido. É o caso de “João Leite, Luísa Féria e António Valente que expressaram o seu apoio a Luís Arrais no lançamento da candidatura”. E acrescenta que “os eternos Vítor Varejão, Nuno Cardigos, João Lucas e Paulo Pita Soares” viram também a história confirmar-se. Faz ainda menção a Susana Pita Soares que diz ter ganho alguma notoriedade quando ocupou o cargo de directora do Centro de Emprego de Santarém num governo do PSD, dizendo que esta “quis avançar para a corrida da concelhia e faltaram-lhe os apoios”. “Disse que se afastava, mas não resistiu, à última hora, em estar ao lado de Luís Arrais, como presidente da Comissão de Honra. Comprometeu o seu futuro político pela inconstância e apostas erradas”, escreve Ramiro Matos.Além de Luís Arrais, o ex-número dois de Moita Flores na Câmara de Santarém salienta que outro grande perdedor nas eleições para a concelhia do PSD foi António Campos. Acrescenta que “António Campos é aquele que terá de tirar maiores ilações desta derrota. Apesar de ser tesoureiro da distrital, não se coibiu de participar e dar a cara neste combate concelhio. A preparação de uma eventual candidatura à distrital na sucessão de Vasco Cunha que já não se pode recandidatar, pode ter precipitado as decisões”.

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