uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Câmara de Vila Franca troca bombeiros por funcionários nas largadas de toiros

Câmara de Vila Franca troca bombeiros por funcionários nas largadas de toiros

Pela primeira vez em 70 anos os soldados da paz não vão abrir nem fechar as tranqueiras

Pela primeira vez em 70 anos os bombeiros voluntários da cidade de Vila Franca de Xira não vão abrir nem fechar as tranqueiras da cidade durante as largadas de toiros da Feira de Outubro. É a câmara que vai assumir esse trabalho. Os soldados da paz vão ficar limitados ao serviço de ambulância.

Os Bombeiros Voluntários de Vila Franca de Xira vão ficar - pela primeira vez nos últimos 70 anos - sem a responsabilidade de abrir e fechar as tranqueiras nas largadas de toiros da cidade durante a Feira de Outubro.A decisão partiu da câmara municipal, que não se mostrou disponível para voltar a pagar os quase 15 mil euros que a associação reclama, anualmente, por cada iniciativa com toiros em que participa (Colete Encarnado e Feira de Outubro). O MIRANTE sabe que que o orçamento apresentado pelos bombeiros para assegurar o serviço de abertura e fecho das tranqueiras sofreu um aumento de 30 por cento em relação ao ano anterior e que, por isso, é a câmara que vai assegurar o trabalho.“Todos os anos a abertura e fecho das tranqueiras permite a permanência de mais de 30 bombeiros no local das largadas, além das ambulâncias, o que possibilita também um socorro mais rápido a todos os feridos. Este ano a câmara municipal não quis fazer na Feira de Outubro o que fez no Colete Encarnado, para poupar dinheiro, e por isso vai fazer a abertura e o fecho com outras pessoas. Vamos apenas ter quatro ambulâncias no local, o que equivale a nove bombeiros para milhares de pessoas. Vai ser uma situação muito complicada”, revela a O MIRANTE fonte da associação.Actualmente não existe legislação que estipule quem deve realizar a operação de abertura e fecho das tranqueiras. Em municípios como Azambuja e Benavente a operação é feita por funcionários da junta de freguesia e câmara municipal. O sentimento dentro do quartel, próximo dos voluntários, é de revolta e muitos garantem que não se vão aproximar das largadas. “Muitos voluntários não estão satisfeitos com a atitude e também temos alguns chefes que não viram isto com bons olhos. Provavelmente se acontecer um acidente grave o socorro vai ficar comprometido porque só os bombeiros das ambulâncias não chegam”, garante outro bombeiro ouvido pelo nosso jornal. A Câmara Municipal, por seu turno, garante que o socorro durante as largadas “não estará em causa” e que o número de ambulâncias no local será “suficiente”.Entre a população as opiniões dividem-se. “Não se percebe, é uma tradição e os bombeiros precisam muito de ajuda. Além disso são os bombeiros que ajudam sempre em várias situações complicadas, como quedas, agressões e até doenças súbitas. Não creio que seja boa ideia a câmara virar as costas aos bombeiros”, refere Pedro Fernando, morador.Para Margarida Pinto, comerciante, “o município já tem muito onde gastar” e a contenção é bem-vinda. “Acho que um bombeiro, se diz ser bombeiro e sente o que faz, vai ajudar na mesma quer seja pago ou não. Acho que a decisão da câmara é acertada”, defende.
Câmara de Vila Franca troca bombeiros por funcionários nas largadas de toiros

Mais Notícias

    A carregar...