Concorda com a proposta de alargamento de horário dos hipermercados aos domingos e feriados?Acho que é uma boa medida porque há muitas pessoas que não têm carro e aproveitam o fim-de-semana para ir às compras com alguém da família que as possa levar. É verdade que podemos fazer as compras na mercearia, mas é mais caro e os hipermercados sempre facilitam a nossa vida porque além de terem os produtos de marca branca, que são muito mais baratos, têm também todos os produtos concentrados num espaço único. O que pensa do corte que o Governo fez nas comparticipações dos medicamentos?Acho horroroso cortarem nas ajudas para a compra dos medicamentos. Eu tomo dezassete comprimidos por dia porque sou reformada por invalidez. Metade desses comprimidos não têm genéricos por isso sou obrigada a comprar os da marca e acabo por pagar um balúrdio. Acho que os cortes que o Governo faz deviam ser em outras áreas que não na Saúde ou nos apoios sociais. Começando pela despesa pública, nos ordenados dos Ministros e nos carros topo de gama que conduzem e que renovam quase de dois em dois anos. Eu recebo 240 euros de reforma e quando tenho de aviar grandes listas de medicamentos deixo metade desse rendimento na farmácia. Por vezes tenho de escolher quais os medicamentos que são mais urgentes. E as pessoas de idade fazem o mesmo senão morrem à fome.A qualidade de vida no concelho de Vila Franca de Xira aumentou nos últimos anos?Eu penso que a qualidade de vida aumentou. As pessoas do concelho hoje em dia têm mais poder de compra. As pessoas desta zona eram muito pobres, eram pessoas do campo. Actualmente há também mais espaços verdes, as ruas estão mais arranjadas, há mais sítios para passear.O que pensa das medidas do presidente francês em relação à expulsão dos ciganos?É uma medida. A França é um país que tem ciganos, muçulmanos, argelinos, portugueses, turcos e muitas outros cidadãos de outras nacionalidades. Porque é que só os ciganos é que foram mandados embora? É uma etnia que é considerada um pouco complicada em termos de integração, mas acho que isso acontece porque não lhes dão oportunidade e há sempre um grande preconceito.