O presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) Tejo, José Gaspar, acredita que a produção este ano na região será “significativamente maior” que os 15 por cento previstos em Agosto pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV). “Está a ser um bom ano”, disse José Gaspar, referindo os “mostos equilibrados” nos brancos, que têm a vindima praticamente concluída, com expectativa de uma qualidade também nos tintos “ao nível de 2009” e um crescimento da produção que poderá chegar aos 20 a 25 por cento.Referindo que as campanhas de 2008 e 2009 revelaram um decréscimo progressivo da produção, o presidente da CVR Tejo considera 2010 um ano “equilibrado”. José Gaspar realçou o “forte investimento” que tem sido feito na região, ao nível tecnológico e na plantação de castas mais adaptadas, sublinhando que passou a época em que a única preocupação era produzir em quantidade.No seu entender, a região tem vindo a produzir vinhos de qualidade “ímpar” e com equilíbrio no preço, uma relação que, afirmou, tem sido apreciada pelos consumidores. “Numa prova recente da Revista Vinhos a dezenas de vinhos com preços abaixo dos 4 euros, entre os nove melhores seis eram Tejo e dois destes ficaram nos dois melhores”, disse, realçando ainda os prémios que a região tem vindo a conquistar em concursos nacionais e internacionais.Sérgio Oliveira, enólogo da Associação de Municípios Produtores de Vinho (AMPV), disse que a região Tejo tem vindo a “recuperar o prestígio que merece”, estando a “ressurgir com todo o direito”. "Esta terra sempre produziu bons vinhos, tirando o interregno de 20 anos de produção de maus vinhos” devido a uma estratégia que privilegiava a quantidade e que “ia destruindo quase tudo”.A região Tejo é aquela em que a produção vitivinícola mais deverá crescer este ano, prevendo o Instituto da Vinha e do Vinho um crescimento global, a nível nacional, da ordem dos 13 por cento. Segundo o IVV, apenas na Península de Setúbal, Algarve, Madeira e Açores são esperadas quebras na produção.