O futuro da agricultura familiar, actividade que conta com 300 mil explorações em Portugal, vai ser discutido sábado em Sousel, num congresso promovido pelo Conselho para o Desenvolvimento Rural do Alentejo (Ruralentejo), anunciou a organização. A iniciativa, subordinada ao tema “A Agricultura Familiar, Sustentabilidade Agrícola e Abastecimento do Mercado Interno, Hoje e Pós-2013”, vai decorrer no pavilhão multiusos daquela vila alentejana.“A agricultura familiar nos dias de hoje está mal. Eu acho que se não forem tomadas medidas vai piorar e é isso que nós também vamos debater em Sousel”, disse Joaquim Lopes, dirigente da Ruralentejo. De acordo com o responsável, a agricultura familiar é a actividade “mais praticada em Portugal”, uma vez que existem no país “300 mil explorações”. “Não é a agricultura que ocupa a maior área, mas é aquela que reúne mais pessoas”, sublinhou. Nesse sentido, Joaquim Lopes defendeu que “deveria de existir um olhar atento” por parte do Governo para este sector. “Por mais barato que nos vendam a comida no estrangeiro, quando nós não tivermos dinheiro para pagar, mesmo barata, vai-nos sair cara”, alertou.Para evitar essa situação, o dirigente da Ruralentejo defendeu que o país necessita “urgentemente” de começar a produzir para o mercado interno. “Nós precisamos de começar a produzir para o mercado interno urgentemente e, para que isso aconteça, precisamos de alterar as medidas de apoio que estão fundamentalmente viradas para a competitividade, quando na prática não é competitivo aquilo que existe”, declarou.