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Artesãos da feira de Outubro contra visitantes que quiseram fotografá-los

Não estou na feira de Vila Franca de Xira mas sou artesã. Criar uma peça nova custa muito tempo e trabalho. Para além da execução há a concepção e a criação propriamente ditas. Não é agradável que nos fotografem o trabalho para o copiar ou plagiar... E é-nos difícil, se não impossível, fazermos valer os nossos direitos de autor. Por outro lado precisamos de publicidade e divulgação, o que nunca é demais. Daí o eu tentar geralmente falar com as pessoas para perceber o que pretendem ao fotografar o meu trabalho, e o permitir ou o impedir consoante me pareçam ser as suas intenções. Eu identifico-me com o meu trabalho. Fotografar o meu trabalho é fotografar-me a mim. Não me parece correcto que o façam sem pedir licença ou terem a delicadeza de se identificar. A recordação que nós, artesãos, queremos e precisamos que as pessoas levem para casa não é a fotografia que nos tiram, mas a pequena peça que nos compram. Só ganhamos pelo que vendemos, e vivemos disso, depois de pagas as despesas. Mesmo quando trabalhamos ao vivo não somos pagos pela performance: o show é gratuito. E não me venham tirar fotografias “à socapa”, sem dizer “água vai!”, que eu estou bem farta de ver cópias mal feitas do meu trabalho e, por muito elogioso que isso possa ser, não me agrada. Ninguém vai para uma galeria tirar fotografias aos quadros e às esculturas sem autorização! Estou certa que, se o senhor se identificar e manifestar claramente as suas intenções pelo menos a grande maioria dos meus colegas terá muito gosto em colaborar consigo, e se o senhor de facto se interessar pelos trabalhos e souber escutar ouvirá histórias incríveis que poderão dar artigos muito mais interessantes que este a que eu estou a tentar responder. Fique bem. Uma moeda tem, pelo menos, duas faces.Ana Paula Ferreira

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