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Abstenção recorde nas eleições para a distrital do PS

Paulo Fonseca foi reeleito para o cargo com apenas uma participação de 15 por cento dos militantes

Para alguns filiados do PS estas terão sido as piores eleições em termos de abstenção com o dado curioso de a comissão organizadora não permitir a divulgação dos resultados.

O presidente da Federação Distrital de Santarém do PS, Paulo Fonseca, foi reeleito para o cargo naquelas que terão sido as eleições com menor mobilização dos militantes. Sem um adversário na corrida para a liderança do partido na região, o grande concorrente do actual presidente da Câmara de Ourém acabou por ser a abstenção, que se situou nos 85 por cento. Um dado que demonstra a falta de interesse dos socialistas nestas eleições que decorreram na sexta e sábado, 8 e 9 de Outubro. Dos 3280 militantes do partido no distrito apenas votaram 510, o que corresponde a uma percentagem de 15,5 de participação nestas eleições. Dos votantes Paulo Fonseca conseguiu 479 votos. Houve 26 votos brancos e cinco votos nulos. A demonstrar o estado a que chegou o partido, está o facto da comissão organizadora do congresso, responsável pelas eleições, não ter permitido a divulgação dos resultados eleitorais na segunda-feira a seguir ao acto eleitoral. O presidente da comissão, o adjunto do Governo Civil de Santarém, Nuno Antão, quis manter os resultados secretos e não permitiu que os serviços da distrital divulgassem os números, apesar de na generalidade já serem conhecidos. Apesar disso, O MIRANTE sabe que Paulo Fonseca nem no seu concelho, Ourém, onde é presidente da câmara, conseguiu mobilizar os camaradas para as eleições, tendo obtido apenas a participação de duas dezenas de votantes em centenas de militantes. Paulo Fonseca considerou, em declarações a O MIRANTE, que “é normal haver pouca participação em situações de lista única” e não quis comentar a não divulgação dos resultados. Na capital de distrito os números reflectem também o desinteresse nestas eleições com apenas 42 dos 475 militantes da secção de Santarém a irem às urnas. Para alguns militantes ouvidos por O MIRANTE estas terão sido as piores eleições dos últimos tempos. Nelson Carvalho, o ex-presidente da Câmara de Abrantes que já foi candidato derrotado à distrital, reconhece que este é um resultado “muito atípico em relação ao que é comum”. Nelson Carvalho desculpa a fraca participação com o facto de não haver uma lista alternativa, de não haver luta política nestas eleições. “Provavelmente porque as pessoas entenderam que a continuidade estava bem”, justificou.Mais crítico é o presidente da Câmara de Torres Novas, António Rodrigues, que já tinha dito a O MIRANTE que ia manter-se à margem destas eleições. O político, que já foi presidente da distrital, considera que os resultados eleitorais reflectem o estado a que chegou o partido, reconhecendo que estas eleições “devem ser do pior que há a nível de participação”. Rodrigues ressalva no entanto que é a pessoa que menos deve falar porque não concorreu às eleições, apesar de ter chegado a colocar essa hipótese. Para o presidente da concelhia de Santarém, Pedro Pimenta Braz, além do factor lista única não cativar os militantes, há também a ter em conta a crise nacional e as medidas de austeridade anunciadas pelo governo socialista. “Os militantes de base estão chocados e quase desmotivados e isso levou também ao desinteresse por estas eleições”, justificou.

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