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Moita Flores ataca secretário de Estado e leva resposta à letra

Autarca diz que secretário de Estado da Administração Local apenas se distingue porque fala

Presidente da Câmara de Santarém acusa José Junqueiro de atacar o poder local. Governante diz que os tempos não estão para “desmandos verbais” e elogia autarcas “que pagam a tempo e horas”.

A mais recente “vítima” das palavras do presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores (PSD), foi o secretário de Estado da Administração Local, José Junqueiro, que, no domingo passado, foi mimoseado com um artigo de opinião no jornal Correio da Manhã, na habitual coluna semanal do autarca escalabitano, escritor e professor universitário. Tudo porque o governante disse uns dias antes, numa cerimónia oficial, que algumas autarquias necessitam de gastar menos e investir melhor”.No artigo intitulado “a criatura” - epíteto com que logo a abrir trata o secretário de Estado - Moita Flores diz que o socialista José Junqueiro “depois de um ano de mudo e eficaz silêncio que não contribuiu para o seu cadastro nem para o seu currículo, agora, falou”. “Aliás, a única coisa que o distingue. Fala. Apenas isso”, reforça o autarca.Acusando Junqueiro de “atirar-se aos autarcas, a presa mais fácil e mais à mão”, Moita Flores recorda que os autarcas são “eleitos sempre expostos, desde o insulto à incompreensão, desde a chantagem à vilania”, mas “também à solidariedade, às obras, à solução dos problemas mais instantes das populações”.Populações, recorda Moita Flores, “que fizeram de Junqueiro governante mas nem sabem onde é o seu gabinete, em que gabinete se esconde, em que labirinto se protege, feito de um peito que não se dá às balas”. E refuta as acusações de despesismo feitas às autarquias lembrando que o Governo lhes retirou 100 milhões de euros no ano em curso e pretende retirar mais 150 milhões no próximo orçamento em nome da austeridade. “Corta [o Governo] nos seus institutos, direcções gerais, comissões, governos civis e preguiça correlativa?. Não. Aí não”, responde, acrescentando que as autarquias contribuíram com 14% para o endividamento, enquanto as estruturas dirigidas pelo Governo contribuíram com 77%.Governante elogia autarcas “que pagam a tempo e horas”José Junqueiro respondeu no mesmo jornal, dizendo que nunca perde oportunidade de elogiar todos os autarcas que “fazem obra, pagam a tempo e horas, têm situação financeira equilibrada” e que “não dão passos maiores do que a perna”. Confessando-se surpreendido com o artigo de opinião do autarca de Santarém, “pleno de ressentimento e de fúria”, diz compreender “os seus sobressaltos de autarca”. E explica porquê: “Ter atingido quase o máximo de endividamento líquido, ter excedido largamente o de médio e longo prazo, ter prazos de pagamento de quase sete meses, realidade que se tem vindo a agravar desde 2007, não é coisa pouca. Os erros dos outros (institutos, mordomias…) servem apenas para podermos aprender a não fazer igual e não a justificar o mesmo procedimento”.O secretário de Estado termina dizendo que, apesar do “desmando verbal”de Moita Flores, estará sempre disponível para ajudar. “Não estamos em tempos de excessos verbais mas de ajuda. Pode, portanto, contar comigo. Ajudando-o, estarei a ajudar todo o concelho de Santarém. E bem precisa!”.

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