Festival taurino em Santarém em defesa da festa brava
Quatro corridas de toiros em dois dias para tentar recolher mais 15 mil assinaturas para petição lançada por Moita Flores
As entradas para as corridas de toiros vão ter o preço simbólico de um euro.
Santarém vai ser nos dias 23 e 24 de Outubro a capital da festa brava, com a realização de quatro corridas de toiros na Monumental Celestino Graça com bilhetes a 1 euro. A intenção da organização do festival taurino é recolher pelo menos mais 15 mil assinaturas para a petição em defesa da festa brava, promovida pelo escritor e presidente da Câmara de Santarém Francisco Moita Flores.“É uma jornada organizada por aficionados para aficionados, que conta com a generosidade de muita gente que se ofereceu para este combate para afirmação dos valores que alguns, uma pequena minoria que se arma em dona da moral, querem destruir sem respeito nem pela História, nem pela Cultura, nem pela sobrevivência de milhares de homens e mulheres cujo sustento depende da criação de touros e cavalos”, diz Moita Flores numa comunicação dirigida “aos amigos da festa brava”.Os participantes no festival, como toureiros, forcados ou bandarilheiros, não vão cobrar qualquer cachê. Esse é um ponto de honra, como afirmou em conferência de imprensa na segunda-feira o porta-voz da organização Carlos Anjos. Os ganadeiros vão também ceder os toiros graciosamente. Haverá ainda picarias, largadas e entradas de toiros na zona envolvente à praça de toiros. A organização espera que o estado do tempo seja favorável.Na mesma conferência de imprensa, realizada na Casa do Campino e onde participaram representantes de várias entidades envolvidas na organização, o vereador da Câmara de Santarém garantiu também que a autarquia não terá qualquer despesa com esta iniciativa. A bilheteira servirá para pagar os custos associados ao festival, que deverão andar entre os 32 e os 36 mil euros, relacionados com seguros, segurança e impostos, entre outros.Os cartazes das quatro corridasPara sábado, 23 de Outubro, estão marcadas três corridas. A primeira, pelas 11h30, terá como protagonistas os jovens cavaleiros Marco José, Pedro Salvador, Filipe Gonçalves, Joana Andrade, Gonçalo Fernandes e Tiago Lucas, o novilheiro Nuno Casquinha e os forcados do Ribatejo, S. Manços, Azambuja, Portalegre, Moura e Beja. Pelas 16h00, actuam os cavaleiros Manuel Jorge de Oliveira, Paulo Caetano, Joaquim Bastinhas, António Telles, Francisco Palha e Tomás Pinto, o matador Luís Procuna e os forcados de Santarém, Montemor e Alcochete.Ainda no sábado, pelas 21h30, vão estar na arena os cavaleiros Rui Salvador, Luís Rouxinol, José Manuel Duarte, Vítor Ribeiro, Sónia Matias e Ana Batista. O novilheiro Parrita e os forcados de Coruche, Chamusca e Aposento da Moita completam o cartaz.O programa encerra no domingo, com uma corrida marcada para as 16h00. Brito Paes, Manuel Lupi, Manuel Telles Bastos, João R. Telles Jr., Duarte Pinto, Salgueiro da Costa vão estar na lide a cavalo, actuando a pé os novilheiros Manuel Dias Gomes, João Augusto Moura e Gonçalo Montoya. Nas pegas vão estar os forcados de Lisboa, Évora e Aposento da Chamusca. Os toiros para as quatro corridas são cedidos por “prestigiadas ganadarias.A organização refere que não haverá reservas de entradas e que os bilhetes estarão à venda nos locais habituais. Os grupos de forcados participantes também terão ingressos para vender.“Propomo-nos recolher 15 mil assinaturas durante os dois dias e, por isso vos convidamos a estar presentes, assistindo às manifestações que vão ocorrer pela cidade e também às quatro corridas do festival taurino ao preço simbólico de um euro por entrada. Traga consigo quem não assinou a petição. Traga consigo quem defende os valores da liberdade, da tolerância, do respeito pelos homens e pelos animais”, apela Moita Flores.Manifestações anti-tourada seriam de “muito mau gosto”O festival taurino que vai ter Santarém como palco durante dois dias pretende mostrar à classe política que a festa brava tem uma ampla base social e que é uma importante actividade económica, sobretudo no Ribatejo e Alentejo. A petição em defesa da festa brava promovida por Moita Flores surgiu como resposta a uma petição que pretende a abolição das manifestações tauromáquicas e que deverá ser apreciada na Assembleia da República na próxima Primavera.A organização do festival taurino não acredita que as organizações anti-touradas aproveitem esses dois dias para virem manifestar-se em Santarém, considerando que isso seria visto como um acto provocatório. “Seria uma atitude provocatória e não quero acreditar nisso. Acredito que não vai acontecer nada em Santarém que manche uma festa que é pacífica”, disse Carlos Anjos.O porta-voz da organização referiu que as pessoas anti-touradas “têm todo o direito de noutra data qualquer, inclusivamente em Santarém, fazer outra iniciativa qualquer”, mas diz que nesse dia isso seria um acto de “muito mau gosto”. E acusou essas organizações de intolerância. “Eles é que não nos reconhecem o direito democrático de gostar de toiros”, sublinhou Carlos Anjos.
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