Uma moção de censura contra a maneira como o executivo da Junta de Freguesia de Alverca, no concelho de Vila Franca de Xira, procedeu com a petição pela Circular Urbana de Alverca foi aprovada na última sessão da assembleia de freguesia, realizada a 30 de Setembro. A oposição acha que o texto da petição é “mau” e que nunca deveria ter sido tornado público antes de receber as propostas de alteração. A moção foi aprovada com 11 votos a favor da “Coligação Novo Rumo”, CDU e Bloco de Esquerda e com oito votos contra do PS.Numa reunião anterior a assembleia concordou que seria necessário alterar o texto, mas a petição redigida pela Junta de Freguesia de Alverca acabou por se tornar pública tal como estava.“O texto da petição pela Circular Urbana de Alverca é muito mauzinho para ir para a guerra e bom para depois o executivo da Junta de Freguesia de Alverca se desculpar que fez todos os possíveis”, acusou Gonçalo Xufre, da coligação “Novo Rumo” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM). “Levar petições à Assembleia da República não é uma brincadeira, mas algo muito sério”, acrescenta.Também Onésimo Silva, eleito da CDU, considerou que mais uma vez o executivo da Junta desrespeitou a assembleia. “Não é possível alterar algo que já está a circular publicamente”, acrescentou. Os autarcas da CDU acham ainda que a petição é uma “forma de entreter a população”. “Se a assembleia acha que é um texto mau, nós seguimos o caminho sozinhos”, respondeu o presidente da Junta de Freguesia de Alverca, Afonso Costa (PS), que contou com o apoio dos eleitos do PS na Assembleia. A petição já recolheu perto de 750 assinaturas no papel e 250 online. O presidente da junta espera reunir as quatro mil assinaturas necessárias para levar a petição à discussão no Parlamento até ao final deste ano e conta para isso com o o apoio da Câmara de Vila Franca de Xira.Recorde-se que em Abril foi enviado ao Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, ao ministro da Defesa e ao primeiro-ministro um ofício assinado por todas as forças políticas do concelho de Vila Franca de Xira a defender a construção do troço da Circular Urbana de Alverca, a nascente da via-férrea. O vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, disse na altura que esperava ser recebido pessoalmente por José Sócrates para receber apoio político, uma vez que a solução se revela difícil a nível militar. Alguns dos pavilhões que teriam de ser parcialmente demolidos com a localização defendida pelos autarcas pertencem à Força Aérea que os recusa ceder, alegando não poder ir contra a lei, já que se trata de uma zona de “servidão militar e aeronáutica”.Existe a possibilidade de construir o troço da variante a poente do caminho-de-ferro, mas esta situação obrigaria à “demolição de edifícios de habitação e comércio, sendo necessário realojar cerca de 22 famílias”, como se lê no documento enviado. Em anexo à petição será enviado outro documento a solicitar a abolição das portagens na A1 para veículos pesados entre Alverca e Vila Franca “de forma a aliviar o interior da cidade de Alverca da circulação de pesados”.