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“Se os anti-touradas se preocupassem com as pessoas e menos com os animais a festa acabava”

“Se os anti-touradas se preocupassem com as pessoas e menos com os animais a festa acabava”

Luís Ramos, especialista em cirurgia taurina, denuncia a falta de condições de enfermarias mas diz que Vila Franca de Xira é exemplar

A falta de condições nas enfermarias das praças de toiros coloca em perigo vidas humanas, diz o especialista em cirurgia taurina, Luís Ramos. A Palha Blanco de Vila Franca de Xira é, pelo contrário, um espaço que faz sombra às melhores praças de Espanha.

“Se os anti-touradas se preocupassem mais com as pessoas e menos com os animais a nossa festa acabava”. A afirmação foi feita pelo médico especialista em cirurgia taurina, Luís Ramos, que considera que as enfermarias com condições deficientes que existem por todo o país colocam em perigo vidas humanas.O clínico garante que não trabalha sem condições e revela que Vila Franca de Xira está equipada com uma enfermaria de fazer inveja às melhores praças de Espanha. A equipa é constituída por oito profissionais de saúde e é a única no país que possui anestesiologista. O médico salienta ainda que é impossível garantir o salvamento de vidas quando o regulamento tauromáquico obriga apenas à presença de um médico e um enfermeiro em dias de festa. O especialista falava num seminário sobre tauromaquia realizado nas arcadas da Praça de Toiros Palha Blanco, na terça-feira, 5 de Outubro, em Vila Franca de Xira. A presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria Rosinha, aproveitou para lembrar com orgulho que o auditório das touradas na sua cidade tem aumentado consideravelmente já que a Palha Blanco está colocada no terceiro lugar no ranking nacional dos espaços do género que maior número de espectáculos realiza.O que alguns apelidaram de “terrorismo de intimidação” em relação à festa também foi abordado. “O Papa já recebeu cartas a queixarem-se que o Padre Vítor Melícias dá a cara pelas touradas” comentou José Potier, presidente da Associação Nacional de Grupos de Forcados, exemplificando desta forma a pressão que os defensores da abolição das touradas colocam nas agendas mediáticas. Uma pressão que leva empresas, instituições e organizações a não querer associar os seus nomes e as marcas ao toiro.Guilherme Costa, membro da Frente de Acção Pró-Taurina, disse ser necessário apostar numa comunicação profissional para a divulgação do que se passa no meio, lembrando que as touradas foram o espectáculo com mais público em Portugal, logo a seguir ao futebol, e que é necessário que cada vez mais pessoas assinem a petição de Moita Flores em defesa da festa brava.O aficionado lembra que o seu movimento não procura o protagonismo, mas quer servir como arma de combate para alertar consciências. “Queremos que a festa seja um motivo de orgulho para os portugueses. Compreendemos quem não gosta, mas não compreendemos quem queira acabar com ela”.A falta de projecção que a arte de tourear tem nos media dominou as discussões. Sentem-se em desvantagem em relação aos movimentos anti-touradas e queixam-se que a comunicação social e os tribunais dão mais atenção às minorias, descartando a realidade tauromáquica portuguesa.“Estamos a dar demasiada importância a quem não a tem” exclamou Raúl Caldeira, crítico taurino e moderador do debate, completando a intervenção de João Ribeiro Telles, presidente do Sindicato Nacional de Toureiros Portugueses, que considera que os ataques não são relevantes, comparando-os a fantasmas. Admite contudo que é necessário um dinamismo e uma postura pró-activa e “não medrosa” com o intuito de mostrar as qualidades da tauromaquia.O toureiro lamenta que não seja dada a verdadeira importância aos que fazem a festa e diz que conhece muitos que estão a passar dificuldades quando optam fazer desta arte a sua profissão. Os toureiros têm de ser mais acarinhados pelo público, pelos empresários e pela crítica, defendeu.
“Se os anti-touradas se preocupassem com as pessoas e menos com os animais a festa acabava”

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