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Nova creche de Malaqueijo sem crianças para poder abrir

Nova creche de Malaqueijo sem crianças para poder abrir

Equipamento custou quase 450 mil euros e devia ser gerido pela Misericórdia de Rio Maior

Câmara de Rio Maior garante até Janeiro o financiamento da outra nova creche do concelho, na Chainça, substituindo-se à Segurança Social.

Das duas novas creches construídas no concelho de Rio Maior, apenas a da Chainça está em condições de avançar. Reúne 20 crianças inscritas para uma capacidade de 33 e tem agora financiamento garantido pelo município para os meses de Novembro e Dezembro, após aprovação na última reunião do executivo. Do lado oposto está a creche construída na freguesia de Malaqueijo, que não deve abrir tão cedo já que tem apenas duas crianças inscritas.A Câmara de Rio Maior já tinha assegurado financiamento para o funcionamento das creches enquanto a Misericórdia de Rio Maior, entidade que assumiu a gestão dos projectos em Maio devido à falta de capacidade de associações locais, assumiu o arranque e gestão das creches. Mas sem crianças Malaqueijo fica de fora do processo e apenas a Chainça tem condições para avançar.A discussão do assunto na reunião do executivo de 22 de Outubro motivou acusações entre a vereação. Para a presidente da Câmara de Rio Maior, Isaura Morais (PSD), está claro que foi a alteração da candidatura dos dois equipamentos, que corria no programa Pares, aos fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional que fez atrasar o processo e prejudicar as famílias. “Em reuniões com a Segurança Social fizeram-nos perceber que com essa alteração deixou de haver acordos de cooperação e o necessário orçamento. Disseram-nos, inclusivamente que deixou de haver qualquer contacto da Câmara de Rio Maior. Na Chainça há 20 meninos em espera para uma capacidade de 33 crianças. Se não abríssemos a creche agora não sei com quantos iríamos abrir em Janeiro”, referiu Isaura Morais. Acrescenta que das 12 crianças pré-inscritas na creche de Malaqueijo em Setembro sobram apenas duas, inviabilizando o funcionamento do novo espaço.Pela primeira vez no actual mandato a assumir o seu lugar na vereação, o ex-presidente da câmara Silvino Sequeira (PS) chegou preparado para responder e refutar responsabilidades no atraso do funcionamento das creches. “Quem dera a mim ter o seu privilégio de ter duas creches em fase de acabamento e comparticipadas. No programa Pares a comparticipação de ambos os equipamentos era de 181 mil euros. Com a contratualização do InAlentejo, em Malaqueijo a comparticipação de fundos comunitários é de 312.248 euros para um custo de 446.069 euros e, na Chainça, de 318.443 euros para um custo de 450.919 euros. Esta diferença merecia um reconhecimento da senhora presidente pelo facto de o município de Rio Maior ter sido pioneiro nestas candidaturas”, salientou o autarca socialista. Silvino Sequeira acrescentou que só em meados de 2010 as associações que construíram as creches viram o seu estatuto de entidade pública reconhecido e que a autarquia não poderia assumir, legalmente, ambas as candidaturas.Apesar da discussão, a proposta para o financiamento do funcionamento da creche da Chainça para os meses de Novembro e Janeiro foi aprovada por unanimidade.Presidente da Junta de Malaqueijo diz que faltou vontade e capacidade O presidente da Junta de Malaqueijo diz sentir-se frustrado e desanimado por dispor de um equipamento de excelência na freguesia que não tem horizonte para entrar em funcionamento. Segundo António Correia, caberia à Câmara de Rio Maior, pelo menos em Setembro, ter acreditado e dado um impulso ao projecto quando ainda havia 12 crianças inscritas. “Penso que não houve aquela vontade e uma falta de capacidade de dar andamento à situação e a autarquia ter assumido o financiamento da creche mais cedo”, comentou a O MIRANTE.Quanto ao futuro próximo, António Correia lembra que existem bem mais de 100 crianças em lista de espera para a valência de creche no concelho e que, por isso, há que tentar novas soluções. “Como fazer um alargamento de horário de funcionamento, para se adaptar às famílias”, exemplifica. Também o provedor da Misericórdia de Rio Maior lamenta que em Malaqueijo não se possa ter arrancado com a creche. Para João Castro, tal pode acontecer com um número mínimo de alunos, mas prefere não adiantar um número. “A Misericórdia assumiu esta tarefa dada a experiência de 30 anos que possui em lidar com crianças, mas admitimos que não seria fácil para associações locais lidarem com o arranque do funcionamento de uma creche, até em matéria administrativa”, afirma o provedor.
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