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Vila Franca de Xira esteve sempre “do lado certo” da história de Portugal

Vila Franca de Xira esteve sempre “do lado certo” da história de Portugal

Professor da Universidade Técnica realizou palestra na secundária Alves Redol

O poder político dos nossos dias está a enfrentar os mesmos problemas que levaram à queda da monarquia em 1910 e já faltou mais para a chegada de uma terceira república. A opinião é do mestre Pedro Ventura, professor na Universidade Técnica de Lisboa, que esteve em Vila Franca de Xira a falar dos 100 anos da república. “Vila Franca esteve sempre do lado certo da história”, afirmou.

A cidade de Vila Franca de Xira e os vilafranquenses estiveram sempre “do lado certo da história”. Quem o diz é o professor universitário e mestre em história e economia do século XX português, Pedro Ventura.O professor da Universidade Técnica de Lisboa esteve na noite de sexta-feira, 22 de Outubro, na Escola Secundária Alves Redol, em Vila Franca de Xira, a dar uma palestra para várias dezenas de alunos da escola a propósito das comemorações do centenário da implantação da república. “Vila Franca de Xira sempre foi importante no desenvolvimento de uma mentalidade anti-totalitarismo que começou logo a seguir ao ultimato inglês. Mais tarde na cidade desenvolveu-se uma forte cintura industrial e, como consequência disso, uma grande classe operária que se viria a constatar ser muito anti-monarquia e anti-estado novo”, afirmou Pedro Ventura.Para o professor os desafios que hoje o XVIII governo constitucional enfrenta são semelhantes aos que levaram à queda da monarquia em 1910 e até poderá estar para a breve a chegada de uma terceira república. “Em 1910 a população percebeu o que se passava e depositou uma grande esperança no novo regime político, esperança essa que foi caindo até 1926, altura do golpe militar e em que ninguém defendeu a república, caindo mais tarde na ditadura. Depois temos o 25 de Abril, época em que os portugueses retomam o poder e tiveram uma grande esperança no futuro. Mas com o tempo essa esperança foi morrendo. Há coisas do 25 de Abril que para mim são aspectos assentes e que se estão a perder, como o salário mínimo nacional, o tabelamento dos bens alimentares, o saneamento básico, a casa própria, a distribuição de água, o ensino obrigatório e a possibilidade das pessoas circularem pelo país livremente. É natural que muitas das pessoas que fizeram o 25 de Abril se sintam defraudadas pelo regime político que neste momento mostra claramente uma incapacidade de resolver os problemas da população”, afirmou a O MIRANTE. O professor acredita que “pode estar próxima a mudança para uma terceira república, renovada, que ninguém sabe ainda o que vai ser”. Pedro Ventura salienta que actualmente “basta andar na rua e ver a tensão social que hoje se vive, de conflitualidade, de descrença, de perda”. A sessão foi coordenada pelos professores de história da Secundária Alves Redol e contou com a presença da vereadora da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Conceição Santos. Até ao dia 3 de Novembro a Escola Secundária Alves Redol tem patente a exposição “Letras e cores, Ideias e Autores”, que mostra 10 painéis alusivos à revolução republicana, bem como trabalhos dos alunos da escola. Ultimato, Monarquia, 5 de Outubro, Igreja, Educação, Mulheres, Modernismo, Grande Guerra, Chiado e Revistas são os temas dos painéis.“Todas as turmas de história vão passar por esta exposição, haverá um guião que os orienta, à medida que eles são convidados a preencher tópicos que recolhem na exposição. Os alunos da escola também pintaram nas aulas de educação visual, a carvão, os rostos das figuras que mais marcaram a república”, afirmou Teresa Neto, professora de história e uma das coordenadoras da iniciativa.
Vila Franca de Xira esteve sempre “do lado certo” da história de Portugal

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