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“O estado a que a dramaturgia portuguesa chegou precisa de chaimites”

“O estado a que a dramaturgia portuguesa chegou precisa de chaimites”

Fernando Dacosta crítico na apresentação da peça vencedora do Prémio Nacional de Teatro Bernardo Santareno
O jornalista e escritor Fernando Dacosta aproveitou a apresentação da edição da peça vencedora do Prémio Nacional de Teatro Bernardo Santareno, que ocorreu na sexta-feira, para sugerir à Câmara de Santarém e ao Instituto Bernardo Santareno que criem um banco de originais de peças de teatro. Essa seria uma forma, diz, de serem aproveitados muitos trabalhos concorrentes a concursos que depois acabam por desaparecer sem serem aproveitados.“Não sei o que é feito às peças que concorrem aos múltiplos concursos”, afirmou Fernando Dacosta, lamentando o estado a que chegou a dramaturgia portuguesa. Embora tenha ressalvado o trabalho de algumas entidades em prol dessa causa, como a Câmara de Santarém que ao criar o Instituto Bernardo Santareno “não deixou esquecer esse gigantesco dramaturgo” que deu nome ao instituto.Fernando Dacosta elogiou também a escrita de Domingos Lobo, o autor premiado que viu a sua peça ser agora editada em livro pelo Instituto Bernardo Santareno. “O estado a que a dramaturgia portuguesa chegou precisa de chaimites como as que saíram de Santarém no 25 de Abril. E esta peça é uma pequena chaimite”, disse em linguagem metafórica.A trama de “Não deixes que a noite se apague” decorre entre Janeiro e Maio de 1962 e tem como pano de fundo a crise académica e as greves dos trabalhadores rurais do Alentejo e do Ribatejo pela jornada laboral de oito horas. Domingos Lobo, 64 anos, descreveu-a como “um grande desafio para uma companhia de teatro”, afirmando que gostaria de a ver em cena.Domingos Lobo criticou também a pouca aposta nos dramaturgos nacionais, dizendo que as “companhias bem subsidiadas” deviam ter como missão primeira representar não só os clássicos como os novos autores portugueses, “o que não acontece”.O autor dirige actualmente o SobreTábuas – Grupo de Teatro de Benavente e é programador cultural na Câmara Municipal de Benavente. É coordenador do Prémio Nacional de Poesia Natércia Freire, instituído pela Câmara de Benavente e pela Companhia das Lezírias. Fez jornalismo e crítica de teatro e tem publicadas várias peças de teatro, romances e livros de poesia.O presidente do Instituto Bernardo Santareno afirmou que a sessão abriu com “chave de ouro” a edição deste ano do “Novembro, Mês de Santareno”, realçando que a peça de Domingos Lobo foi premiada entre as 145 peças concorrentes de autores de todo o país.
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