Greve geral vai encerrar escolas e paralisar transportes públicos
Garantia é dada pelo coordenador da União de Sindicatos de Santarém
“A greve não é para fazer de conta, é para causar problemas”, assume Valdemar Henriques.
Escolas e repartições públicas encerradas, transportes públicos parados, hospitais e centros de saúde a meio gás. Este é o cenário que o coordenador da União de Sindicatos de Santarém vaticina para a região, no dia 24 de Novembro, resultante da greve geral marcada pelas duas centrais sindicais. “Que as pessoas contem com isso. A greve não é para fazer de conta, é para causar problemas”, assume Valdemar Henriques consciente dos transtornos que a luta laboral poderá causar às rotinas diárias de muita gente. O sindicalista afirma que tem dados seguros de forte adesão também em algumas das grandes empresas da região. Quanto aos serviços mínimos em alguns serviços, Valdemar Henriques garante que serão respeitados aqueles que entenderem que são mesmo necessários. “Não aceitamos limitações ao direito à greve e somos os primeiros a ter em consideração o que é considerado essencial em termos de serviços. Por exemplo: vamos ter médicos e enfermeiros em greve a trabalhar nos hospitais nesse dia”, afirmou.Os sindicatos esperam uma grande adesão à greve geral no distrito de Santarém, à semelhança do resto do país, numa jornada de luta “pelo futuro do país e das novas gerações”. Em causa estão as medidas de austeridade e combate ao défice anunciadas pelo Governo e que contemplam, entre outros aspectos, a redução salarial da função pública, o corte nas prestações sociais como o abono de família, o congelamento das pensões ou o aumento do IVA.Helena Jorge, do Sindicato dos Enfermeiros, repudiou o ataque que o Governo está a fazer à função pública. E deu o seu exemplo pessoal para ilustrar a perda de rendimentos que vai afectar muitos trabalhadores da administração pública. “Sou enfermeira há 18 anos, tenho um vencimento base de 1.350 euros congelado desde 2005 e ainda têm a lata de nos vir cortar no salário. Esta situação, aliada à retirada do abono de família, vai causar um grande agravamento no orçamento de muitas famílias”, diz a enfermeira do Hospital Distrital de Santarém.A sindicalista refere que muitas das unidades de saúde da região encontram-se numa “situação limite” a nível de pessoal e só com recurso a horas extraordinárias as coisas funcionam. Helena Jorge acredita que com a situação de crise que se vive vai aumentar o afluxo de pessoas ao Serviço Nacional de Saúde, já que são cada vez menos os que podem recorrer ao sistema privado. “A saúde não é o sector ideal para poupar”, diz, acrescentando que estas medidas vão criar desmotivação nos profissionais de saúde.
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