Uma tarde a ver passar cavalos na Golegã
“Veja lá bem se este não é um animal fantástico” dispara Francisco Morito com os olhos postos na agitação do picadeiro do Largo do Rossio, considerado como o coração da Feira Nacional do Cavalo, na vila da Golegã. Há anos que o tomarense frequenta esta feira franca que o faz avivar a memória pelo falecido pai, um apaixonado por cavalos. “É um espectáculo bonito, que nunca me canso de ver e acabo por reencontrar aqui muitos amigos ano após ano”, aponta, enquanto se desvia de uma charrete que acaba de entrar no recinto. A movimentação é grande por ali, onde milhares de pessoas se aglomeram para ver cavaleiros e amazonas a passar, podendo por três euros e meio dar uma volta de cinco minutos ao redondel numa carroça atrelada pertencente a uma coudelaria nacional. Desde 2009 que o registo é obrigatório, contando a organização com 1.300 cavalos matriculados para desfilarem no picadeiro principal. Nas imediações, a feira expande-se. Desde barraquinhas de vestuário equestre, a rifas onde “sai sempre prémio”, o difícil é conseguir passar por entre o mar de gente que aproveitou o Verão de São Martinho que marcou o primeiro fim-de-semana da feira. De vez em quando, um cavalo surge no meio da rua e provoca alvoroço, obrigando os visitantes a desviarem-se. Convém também olhar para o chão para não se pisar o que não se deve. Aqui e acolá, os chapéus à cowboy são uma constante. A Feira Nacional do Cavalo na Golegã, que vai na sua 35.ª edição, a par com a de Jerez de La Frontera em Espanha, é uma das maiores manifestações ibéricas em torno do mundo equestre. Para além desta vertente, realiza-se um programa paralelo de manifestações culturais, como exposições de pintura e fotografias alusivas ao cavalo, lançamento de livros, conferências e seminários. Até domingo, 14 de Novembro, o cavalo volta a ser rei na vila que se afirma como a sua capital. Elsa Ribeiro Gonçalves
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