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31 anos do jornal o Mirante

Marta Pratas

33 anos, técnica de turismo, Aveiras de Cima – Azambuja

“As pessoas têm medo de arriscar. Ninguém que está no fundo de desemprego vai saber o que é necessário para montar um negócio póprio. Se bem que em Azambuja não é muito fácil.

Em tempo de crise como vai ser o Natal?Vai ser uma festa muito familiar à medida das nossas possibilidades. Para os adultos haverá apenas uma pequena lembrança, mas o que dá gosto é mesmo ver as crianças a abrir os presentes. Nada de materialismos desnecessários.Qual foi a prenda que a encheu mais?Uma coisa tão simples como um conjunto de envelopes e folhas personalizadas com o meu nome e morada. Tinha muitos pen friends (amigos correspondentes) e ter cartas já com o cabeçalho era uma coisa fantástica. As refeições de Natal e os doces ficam por sua conta?Claro. Se recebo em minha casa faço questão de confeccionar tudo. Nem que não durma durante alguns dias. Só não sei fazer coscurões e felhozes. Não compro, mas peço a alguém que me faça e eu faço aquilo que sei fazer. Se não fosse assim o Natal não teria significado. O Natal são as pessoas. É estar com as pessoas. Que livro tem à cabeceira?“A Luz”, de Stephen King, um romance de terror.O cargo de governador civil deveria acabar?Não é a mim que me compete avaliar se o cargo é superfluo. Nós elegemos alguém que deveria ter competência para fazer essa avaliação. Há muito por onde cortar. E não sou eu que tenho que cortar. Os políticos deviam saber por onde começar sem ter 300 adjuntos que lhes dissessem o que fazer. Aliás, deveriam começar a cortar exactamente nessas pessoas que lá estão sem fazer nada. Face à situação actual do país se pudesse emigraria?Nesta fase da minha vida – casada e com duas filhas - só emigraria se precisasse de comida para a boca. Se fosse sozinha já tinha ido!Há falta de empreendedorismo?As pessoas têm medo de arriscar. Ninguém que está no fundo de desemprego vai saber o que é necessário para montar um negócio póprio. Se bem que em Azambuja não é muito fácil. Temos a condicionante de estar próximo de Lisboa. As pessoas vão comprar aos grandes centros para passar despercebidas. Podem até, muitas delas, dever ao comércio de Azambuja, que lhes dá a mão quando precisam, mas depois não é aqui que vêm gastar. Tem o hábito de poupar?Onde se vai poupar mais? Não se compra roupa de marca? Não se compra. Não se compra a roupa das estações? Não se compra. Não se anda na moda? Não se pode, mas já antes era assim. Gastava-se naquilo que era preciso. Talvez se comprem agora mais marcas brancas. E quando se tem algum vai-se juntando para algum imprevisto ou para alguma coisa que até é supérfula, mas que sabe bem. Recicla?Sim. E tudo o que se põe para um canto acaba por ser preciso. As tampas das garrafas até servem para fazer brinquedos com as miúdas. São elas que constroem alguns dos brinquedos e aquilo dá-lhes um gozo imenso.

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