Falta controlo nas associações e colectividades do concelho de Vila Franca de Xira
Movimento associativo da freguesia de Vialonga reuniu-se para debater problemas
O concelho de Vila Franca de Xira tem hoje mais de 200 colectividades que vivem sem controlo nos espaços que usam. Algumas têm recintos maiores do que realmente precisam enquanto outras mal têm uma sala para se reunirem. O alerta emergiu no último encontro do Movimento Associativo da Freguesia de Vialonga.
Existem actualmente mais de 200 associações no concelho de Vila Franca de Xira, algumas delas sobredimensionadas face à actividade que prestam enquanto outras funcionam sem um simples arrumo onde se possam reunir. A constatação é do vereador da Câmara Municipal, Fernando Paulo, que defendeu em Vialonga na noite de 19 de Novembro, sexta-feira, a urgência de repensar o modelo de funcionamento destas colectividades e encontrar uma forma destas partilharem os espaços que são cedidos pela câmara municipal e juntas de freguesia.“Algumas têm mais espaço do que aquele que realmente precisam. Deve haver um maior entendimento e controlo sobre o espaço que cada um tem disponível. Estão neste momento a ser feitos em três freguesias do concelho (Alverca, Póvoa de Santa Iria e Vialonga) diversos esquemas de funcionamento para o movimento associativo que poderão ser uma mais valia para minimizar este problema”, afirmou Fernando Paulo perante duas dezenas de dirigentes associativos de Vialonga.O autarca falava na sede da ARPIV num debate promovido pelo MAF – Movimento Associativo da Freguesia de Vialonga, dedicado aos novos desafios que o associativismo enfrenta, especialmente ao nível da legislação. Além do vereador também o presidente da Junta de Freguesia de Vialonga, José António Gomes, defendeu a necessidade de uma revisão da ocupação dos espaços.“Também precisamos que o movimento associativo se organize porque hoje temos pavilhões às moscas que algumas colectividades só usam para fazer um jantar por ano quando temos outras associações que precisam de condições para trabalhar e não têm. Temos de saber ocupar melhor os espaços ”, alertou José António Gomes, aproveitando para exigir do executivo o que há muito diz fazer falta na freguesia. “Continuamos à espera de um novo quartel dos bombeiros, um centro integrado de idosos da ABEIV, piscinas e uma nova sede para os escuteiros”, rematou.O debate serviu também para o MAF alertar para o facto do movimento associativo e popular, nacional e concelhio, estar a atravessar uma crise profunda. O movimento entende que deve ser regulamentada uma nova lei de reconhecimento e valorização do movimento associativo.“Pela parte do Estado, que tem uma missão e função determinadas constitucionalmente, subsiste a apatia e a falta de medidas legislativas no sentido de dar ao movimento associativo português o estatuto e o reconhecimento correspondentes”, afirmou José António Gomes.O debate contou com a presença de Augusto Flor, da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto e Joaquim Baltasar, dirigente associativo. “A sociedade não vê o dirigente associativo como um voluntário mas sim como um “carola” que anda nestas coisas por gosto. Alguns até perguntarão porque raio fazemos o que fazemos sem ganhar nada mais por isso. E eu pergunto: um voluntário não é assim também? Chamar “carola” a um dirigente associativo é um tremendo erro, somos voluntários”, defendeu Augusto Flor.O MAF de Vialonga, recorde-se, congrega os dirigentes associativos de quase duas dezenas de colectividades da freguesia, entre bombeiros, escuteiros, instituições particulares de solidariedade social e colectividades desportivas. Foi criado em Janeiro de 2007.
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