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Aripsi preocupada com congelamento de apoio do Governo para novas instalações
Novo espaço da associação deverá ficar concluído em Dezembro
O Governo congelou o dinheiro da ajuda para a construção da nova sede da Aripsi, na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira. A dívida está reconhecida, mas este ano a associação ainda tem a receber 373 mil euros, o que deixa os responsáveis apreensivos já que há compromissos assumidos. A comparticipação governamental da obra é de um milhão e duzentos e noventa e cinco mil euros, sendo o restante financiado pela Aripsi e pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.
A Associação de Reformados, Idosos e Pensionistas da Póvoa de Santa Iria (Aripsi) viu as verbas do Governo destinadas à continuação da construção das novas instalações congeladas no dia 29 de Setembro. A directora da associação, Agripina Moreira, continua preocupada apesar de já ter recebido uma carta do Instituto da Segurança Social a informar que se aguarda o desbloqueamento das verbas cativadas junto do Ministério das Finanças.Agripina Moreira aproveitou a presença do deputado Eduardo Cabrita, membro da Comissão de Orçamento e Finanças, no encontro organizado pelo Partido Socialista para debater o Orçamento de Estado, no dia 10 de Novembro, no Clube Vilafranquense, em Vila Franca de Xira, para mostrar o seu descontentamento com o congelamento das verbas destinadas à obra do novo centro de dia, lar de idosos, serviço de apoio domiciliário e centro de convívio na Quinta da Piedade, Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira. O Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, emitiu no dia 29 de Setembro um despacho que determinava o congelamento dos investimentos públicos que não tenham sido incluídos, até àquela data, no Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais. A Aripsi só conseguiu apresentar as últimas facturas depois do prazo estipulado. Em Setembro de 2009, a Aripsi assinou um protocolo com o secretário de Estado da Segurança Social, Pedro Marques, relativo à construção do novo equipamento social, cujo custo total ronda os dois milhões e quinhentos mil euros. A comparticipação governamental, assegurada por dotação do orçamento de Estado, é de um milhão e duzentos e noventa e cinco mil euros, sendo o restante financiado pela Aripsi e pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira (625 mil euros). O financiamento da obra está englobado no âmbito do PIDDAC, nos serviços e equipamentos sociais.“Ficamos muito preocupados porque temos que honrar os nossos compromissos e pagar as respectivas contas da obra. Tínhamos o protocolo de financiamento com a Segurança Social assinado e de repente, com a crise que atravessamos, tudo se colocou em causa. Para este ano, o Governo ainda nos deve perto de 373 mil euros. No total ainda só recebemos 593 mil euros. O restante deverá ser pago em 2011”. Agripina Moreira está, neste momento, “menos angustiada” porque recebeu uma carta do Instituto da Segurança Social a garantir que a dívida é reconhecida e que se aguarda junto do Ministério das Finanças o desbloqueamento das verbas cativadas. “A Aripsi já entrou nesta obra com cerca de 400 mil euros que poupou ao longo de 19 anos de existência. A obra está quase concluída e a não transferência das verbas geraria uma situação complicadíssima”, reconhece João Quítalo, vice-presidente da Aripsi e presidente da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira. “Já temos um empréstimo bancário contratualizado com a Caixa de Crédito Agrícola de Vila Franca de Xira que será para os últimos pagamentos da obra. Não o queremos utilizar para já, mas se o dinheiro do Governo não chegar não temos outra alternativa”, garante João Quítalo.O equipamento social começou a ser construído no dia 6 de Setembro de 2009, tendo como prazo previsto de conclusão Setembro de 2010. “Tivemos um Inverno rigoroso no ano passado e aconteceram outros imprevistos que atrasaram o andamento normal da obra. Esperamos que esteja tudo terminado em Dezembro deste ano e que o centro entre em funcionamento no próximo ano”, remata Agripina Moreira.Associação não dará resposta a todos os pedidos para o larAs novas instalações da Associação de Reformados, Idosos e Pensionistas da Póvoa de Santa Iria - Aripsi, no concelho de Vila Franca de Xira, têm 59 camas, 25 quartos duplos e nove individuais. Neste momento a Aripsi já tem 50 utentes no centro de dia que vão passar para o novo equipamento, preparado para receber até 70 pessoas em regime de centro de dia. No novo edifício, além dos espaços amplos destacam-se uma sala de ginásio e fisioterapia, um cabeleireiro e barbeiro, uma biblioteca e ateliers. Agripina Moreira revela que já tem 142 inscrições para o lar. “Só temos 59 camas, por isso, não vamos conseguir dar resposta à procura. Esperamos alcançar alguns acordos com a segurança social para o lar senão ainda iremos decidir como vamos proceder em relação às mensalidades. A maioria das pessoas inscritas têm reformas muito baixas e sem qualquer acordo não as conseguimos aceitar. Nós queremos ser um lar na área social mas também não podemos colocar a trabalhar mais o coração do que a cabeça”, remata.
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