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Ana Barros

Ana Barros

Empregada de balcão, 28 anos, Cabo de Vialonga

“Sou de uma geração que não se habituou ao trabalho no campo. Crescemos em abundância. Mas da maneira como as coisas estão não me admiraria se tivessemos que voltar ao passado. Acho que vem aí muita fome e sofrimento para quem não tiver cabeça para agarrar as oportunidades laborais.”

A passagem de ano foi em casa ou fora?Este ano fiz a passagem de ano em casa. Achei que foi melhor ficar na companhia da família e assim sempre consegui poupar algum dinheiro. As coisas não estão famosas no que diz respeito à economia e não acredito que melhorem nos tempos mais próximos. Temos que poupar e começar a fazer uma vida mais recatada.Nos transportes públicos procura os bancos da frente ou de trás?Não costumo usar, geralmente desloco-me de carro. Apesar deste ser um concelho complicado em termos de trânsito consigo sempre arranjar um espaço onde enfiar o carro. Vou usando o carro até que o preço dos combustíveis me obrigue mesmo a encostar. Só vou usar o transporte público em último caso, é caro e o cliente é muitas vezes mal servido. Se vivesse em Lisboa provavelmente usaria porque temos autocarros e metro. As obras na freguesia incomodam-na?Um pouco, sobretudo no Inverno. Os buracos transformaram-se em lamaçais que sujam tudo. Acho bem que se façam as obras mas podia ser acautelado o bem-estar das pessoas. Se já acabaram de mexer nos passeios não custava nada começar a meter as pedras na calçada para evitar que as pessoas se sujem. Acredita que a freguesia vai ter piscinas?Sinceramente não. Se a presidente quisesse avançar com as piscinas já as teria feito antes do Forte da Casa. Foi tudo uma questão eleitoralista porque estão quase sempre vazias. Vialonga é que precisa de um equipamento destes e espero que surja durante a próxima década.Nunca pensou dedicar-se à agricultura?Não, nunca pensei, acho que não tinha jeito nenhum para isso e iria estragar mais do que produzir. Sou de uma geração que não se habituou ao trabalho no campo. Crescemos em abundância. Mas da maneira como as coisas estão não me admiraria se tivessemos que voltar ao passado. Acho que vem aí muita fome e sofrimento para quem não tiver cabeça para agarrar as oportunidades laborais. Só não acho justo que sejam sempre os mesmos a pagar a crise. Os bancos, os gestores e os políticos passam sempre imunes aos problemas. Nós é que temos de abdicar de tudo e mais alguma coisa. Também não compreendo como é que a maioria das pessoas não vê isto. É uma irresponsabilidade colectiva.Costuma ir ao teatro?Não, mas gosto de cinema e de ler um pouco. Agora ando a ler um livro que me emprestaram pelo Natal de Abbie Taylor: “Num breve fechar de olhos”. Ao teatro nunca fui, não tenho por hábito ir ver uma peça. Mas um destes dias vou.
Ana Barros

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