O cancelamento da carreira urbana 343 ao sábado em Alverca, concelho de Vila Franca de Xira, está a gerar uma onda de queixas entre os moradores da cidade, que se queixam de não ter alternativas para chegar ao centro da freguesia.A urbana 343, da Rodoviária de Lisboa, já não se realizava ao domingo e foi em Novembro do ano passado suprimida também ao sábado, deixando milhares de moradores sem transporte. No Bairro da Chasa, onde reside perto de meio milhar de pessoas, muitas idosas, a revolta é grande.“Como é que pessoas como eu, já de idade e com dificuldades para andar, vamos fazer para ir ao centro de saúde? Ou à feira? Ou apanhar o comboio para ir a Vila Franca de Xira? Não podemos, estamos aqui presos, longe do centro da cidade. Para ir só a pé”, lamenta José Pereira das Neves, morador a O MIRANTE.Além de quem trabalha ao sábado, a situação afecta também os alunos e os jovens que frequentam centros educativos do centro da cidade e que não têm transporte alternativo ao fim-de-semana. Carmina Costa reside em Arcena e trabalha na Chasa, incluindo aos sábados. Apanha um autocarro para a estação mas depois não tem alternativa. “Venho a pé. Não tenho outra hipótese. A chover e com frio é terrível”, lamenta. A viagem a pé demora-lhe entre 30 a 40 minutos. Além do cancelamento da carreira urbana ao sábado os moradores queixam-se que nenhuma informação foi disponibilizada aos clientes a alertar para a mudança.Para mostrar a revolta mais de duas centenas e meia de moradores, de vários bairros habitacionais da cidade, rubricaram um abaixo-assinado que entregaram na empresa e na Câmara de Vila Franca de Xira, a reclamar o regresso da urbana 343. “A carreira faz-me muita falta . Sou doente e era a única forma de sair aqui do bairro. Fiquei sem transporte ao sábado para ir às compras”, lamenta Margarida Nunes.Numa carta enviada aos moradores que promoveram o abaixo-assinado a empresa esclarece que a procura que se verificava não justificava a oferta existente. “Efectuar, sábado após sábado, a referida carreira transportando poucos ou nenhuns passageiros não é a forma mais sustentável de efectuar um serviço de transporte”, esclarece a Rodoviária de Lisboa.Também a câmara municipal, em carta enviada aos promotores do abaixo-assinado, garantiu estar a tomar todas as diligências para resolver a situação, tendo já enviado uma petição à Rodoviária de Lisboa.Uma viagem da urbana custa um euro. O seu percurso em circular partia da estação da CP e passava junto à Igreja dos Pastorinhos, cemitério, Chasa, Senhora da Graça, Choupal e Malva Rosa. Devido às obras do rio Crós-Cós o seu percurso foi reduzido temporariamente, o que também tem motivado queixas dos utilizadores.