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Produtores da lezíria dizem que tomate continua a ter espaço para crescer na exportação

Produtores da lezíria dizem que tomate continua a ter espaço para crescer na exportação

Em Portugal já não há muita possibilidade de crescimento, porque já não há muitas terras para explorar
O cultivo de tomate para indústria é uma das culturas de eleição dos produtores da Lezíria do Tejo, que defendem que o sector continua a ter espaço para crescer na exportação. “O país tem uma situação geográfica privilegiada porque é o único na Europa que produz tomate completamente virado para o Atlântico, o que permite solos com uma apetência muito boa para a produção”, defende Filipe Andrade e Sousa, produtor na Lezíria Grande de Vila Franca de Xira e presidente da Torriba, uma organização que junta mais de uma centena de produtores de hortofrutícolas do Ribatejo.Apesar de reconhecer o tomate como uma cultura de risco, realça o “know-how adquirido pelos produtores ao longo de gerações, o que permite perceber o risco e atenuá-lo”. Filipe Andrade e Sousa explora cerca de mil hectares de regadio nos campos de Vila Franca, tendo vindo a aumentar progressivamente a área de cultivo. Sónia Garcia, engenheira agrónoma da Associação de Beneficiários da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira, justifica a aposta dos produtores no cultivo de tomate com a boa qualidade dos solos e com a mecanização dos processos de cultivo e colheita. Segundo a associação, muitos dos produtores da Lezíria aumentaram a área de cultivo nos últimos anos, o que originou “um acréscimo significativo da cultura do tomate e arroz”.Dos 13 mil hectares de área que compõem a Lezíria Grande, oito mil estão ocupados com diversas culturas, entre elas o tomate e o arroz, ficando os restantes destinados ao pousio ou pastoreio.A associação, que presta apoio aos produtores ao nível técnico, com serviços ligados à gestão da rega, da fertilização e da sanidade, destaca a qualidade do tomate da Lezíria pelos níveis de sais dos solos, que permitem uma cor e um teor de açúcar mais elevado”, características valorizadas na “transformação e exportação do produto”, explicou a técnica.Filipe Andrade e Sousa sublinha, por isso, a necessidade de se “defender um produto genuinamente português, 90 por cento exportado” e considera o tomate “estratégico para a economia do país”.“Se a economia está como está, penso que se deve muito à falta de atenção na produção interna, porque exportar não é só vender para fora, é também impedir as importações”, afirma. Em 2010, apesar da plantação ter começado mais tarde do que o normal, devido às chuvas do final da primavera, ao contrário do que os produtores temiam, a colheita não ficou hipotecada.“Tivemos sorte de, no mês de Setembro, não ter chovido e conseguimos colher tudo”, referiu, acrescentando que existiu ainda a contrariedade da descida do preço por tonelada. “O preço não melhorou, mas a produção compensou essa quebra”, explicou. Para os produtores e industriais do sector, o futuro da fileira do tomate passa muito pela aposta interna, mas principalmente pela exportação e pela conquista de novos mercados. A produção é encaminhada para as fábricas da região, embora cerca de 15 por cento vá directamente para a indústria espanhola.Na empresa Sugalidal, com unidades em Azambuja e Benavente, 98 por cento da produção é exportada para o norte da Europa e para o Japão. Segundo Jorge Ortigão Costa, accionista da empresa, nas duas fábricas são transformadas 550 mil toneladas de tomate fresco por ano, proveniente da zona da Lezíria. “O nosso tomate dista, no máximo, 30 quilómetros das fábricas, o que é importante para conseguirmos um bom produto, já que o tomate chega muito fresco e em boas condições”, explicou. Para o empresário, o tomate da Lezíria é responsável pela produção de “um concentrado com um sabor característico muito apreciado lá fora”. Ortigão Costa garante que o objectivo da indústria de tomate é “continuar a crescer, embora em Portugal já não haja muita possibilidade de crescimento, porque já não há muitas terras para explorar”. Segundo dados da Torriba, Portugal produz anualmente tomate em 16 mil hectares por ano, com uma média de produção entre 80 a 90 toneladas por hectare.
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