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Nelson Carvalho foi apresentado como director da RPP Solar mas diz que nunca iniciou funções

Nelson Carvalho foi apresentado como director da RPP Solar mas diz que nunca iniciou funções

Ex-presidente da Câmara de Abrantes não fala com empresário Alexandre Alves há meses e já não espera relação de trabalho

O ex-autarca de Abrantes, o socialista Nelson Carvalho, chegou a ser apresentado como director de formação e projectos especiais da empresa de produção de energia solar e agora está novamente à procura de trabalho.

O ex-presidente da Câmara de Abrantes foi convidado para trabalhar na empresa RPP Solar que pretende instalar uma grande unidade de produção de painéis fotovoltaicos no concelho, mas nunca chegou a exercer funções na empresa de Alexandre Alves. O atraso no arranque do projecto e o facto de os dois não falarem há vários meses, levam o socialista Nelson Carvalho a dizer que já não conta com o cargo de director de formação e projectos especiais da empresa, segundo confirmou a O MIRANTE. Isto depois da polémica que o convite gerou pelo facto de, enquanto presidente do município, ter aprovado incentivos para instalar a empresa no concelho, como a isenção de taxas de licenciamento.Nelson Carvalho diz que o convite, feito em Junho de 2010, “não se efectivou” e que neste momento não sabe qual é o andamento do projecto. “Não sei se as intenções iniciais de Alexandre Alves são as mesmas”, refere o político (actualmente mandatário distrital da candidatura de Fernando Nobre à Presidência da República), acrescentando que “desde os contactos iniciais que não houve mais contactos e não houve qualquer procedimento para a efectivação de uma relação de trabalho”, explica o ex-autarca. A verdade é que tendo ou não assumido funções formalmente, foi Nelson Carvalho quem deu algumas explicações aos deputados do PS e aos jornalistas que em Setembro de 2010 visitaram o empreendimento, tendo na altura referido que faltava ainda tratar da instalação da água, luz e rede de esgotos, empreitadas que já estariam todas adjudicadas.O início da produção tem vindo a ser sucessivamente adiada. Primeiro era para ser em Janeiro de 2010, depois foi adiado para Outubro e agora ainda não há uma ideia de quando é que a empresa começará a funcionar. No entender do ex-presidente do município estes atrasos estarão relacionados “com a situação actual de crise e com as dificuldades de obtenção de financiamento para o projecto”. Ainda não há um mês os vereadores do PSD na Câmara de Abrantes questionaram a presidente do município sobre o andamento do projecto. Maria do Céu Albuquerque disse na reunião do executivo de 27 de Dezembro de 2010 que a “sua execução não depende da vontade da câmara municipal, mas sim da empresa”. Mas declarou saber que “existe vontade no sentido da sua rápida execução e entrada em funcionamento, pese embora os constrangimentos que se sentem ao nível da economia”. Na altura em que foi tornado público o convite a Nelson Carvalho, este disse a O MIRANTE que tinha aceitado o desafio porque já não tinha esperança de conseguir ocupar um cargo na administração pública devido a um processo que tinha pendente em tribunal. E garantia que estava “de consciência tranquila” e que não via qualquer incompatibilidade em ter aprovado incentivos à empresa. Quando questionado se a situação não podia levantar suspeitas de estar em causa a retribuição de um favor, o ex-autarca respondeu “que estamos num país livre e as pessoas são livres de pensar o que quiserem”, recusando que tenha existido qualquer contrapartida pessoal. Este é actualmente o maior investimento no concelho de Abrantes. Prazos para arranque sucessivamente ultrapassadosInstalada num terreno na freguesia da Concavada com 82 hectares, a fábrica da RPP Solar tem sido anunciada como representando um investimento de 1072 milhões de euros. O projecto visa “agregar” toda a cadeia de produção de energia solar e promete a criação de 1900 postos de trabalho até 2013. Em Setembro passado, numa visita ao empreendimento de deputados do PS, Alexandre Alves dizia que os primeiros 120 funcionários se encontravam a receber formação, acrescentando ainda que a primeira nave estava pronta para receber as linhas de montagem, que vão ter nove robôs de tecnologia alemã. Alexandre Alves disse ainda aos deputados que a empresa tinha, até Dezembro, “contratualizadas vendas no valor de 73 milhões de euros, todas para exportação”.Instigado nessa ocasião a falar do ponto em que se encontra o projecto por O MIRANTE, Alexandre Alves mostrou-se irredutível e apenas referiu que a obra fala por si, recordando que há cerca de um ano esta área era apenas um eucaliptal. Na altura foi apontado que a produção devia iniciar-se a partir de Outubro. Um prazo que foi ultrapassado, tal como outros prazos anteriores, casos de Janeiro e Julho de 2010.O MIRANTE contactou a RPP Solar para obter esclarecimentos sobre o ponto da situação do projecto, mas até ao fecho desta edição não recebemos qualquer resposta.
Nelson Carvalho foi apresentado como director da RPP Solar mas diz que nunca iniciou funções

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