A crise financeira que ainda aflige o Grupo Desportivo de Azambuja não escapou à gala de comemoração dos 61 anos de vida do clube, celebrados no Páteo Valverde, em Azambuja, onde se realizou na noite de 22 de Janeiro a VI Gala do Desporto. Numa noite o clube distinguiu os melhores atletas, treinadores, seccionistas, dirigentes e sócios da colectividade, num evento que encheu o auditório. O presidente da colectividade, Alexandre Grazina, aproveitou o momento do discurso para apelar à Câmara Municipal de Azambuja que ajude o clube. “A parte financeira não é muito boa mas isso já estamos habituados. O vereador com o pelouro do desporto, Marco Leal, está ali sentado e deve estar também a fazer contas de cabeça. Temos tido uma capacidade muito grande de auto-regeneração mas precisamos de mais ajuda. Queria aproveitar a vossa presença, não para meter uma cunha, mas para exigir que continuem a olhar para nós de uma forma efectiva”, apelou o dirigente.No final do último verão, recorde-se, a direcção da colectividade ponderou fechar as portas aos quase 300 atletas que possui devido às dificuldades financeiras do clube, que tem dívidas na casa dos 12 mil euros.“Mas nunca é demais realçar o esforço que todos vocês fazem pelo GDA. O clube faz um trabalho de intervenção cívica e pública, sempre com sacrifícios e alguns trambolhões mas sempre com uma grande fé e um grande querer em que todo o trabalho que fazemos nunca é demais. O trabalho que tem sido feito é um trabalho sustentado, com objectivos bem definidos e feito de uma forma competente por técnicos jovens de muito valor e que estão muito empenhados”, garantiu Alexandre Grazina. Também os vencedores de alguns dos troféus usaram da palavra para pedir mais atenção da comunidade para o trabalho efectuado pelo clube. André Rodrigues, distinguido como treinador do ano, lamentou que a comunicação social “ligue pouco ao clube” e desafiou a comunidade azambujense a descobrir o GDA e as suas diferentes modalidades. A vencedora do prémio atleta do ano, Natércia Dias, apelou aos responsáveis para que sejam dados aos atletas melhores condições de trabalho no futuro.Na noite de aniversário o GDA distinguiu também Rui Berto como dirigente do ano, Manuel Vicente como seccionista do ano – na modalidade de tiro com arco - e Carlos Amaral como sócio do ano. O troféu de treinador do ano foi também entregue a Natacha Correia, da modalidade de Gydafit. O atleta revelação do clube azambujense foi o jovem Miguel Rodrigues, atleta de pesca desportiva e que foi no último ano oitavo classificado no campeonato nacional de juvenis, ficando a apenas oito pontos do apuramento para os campeonatos mundiais da modalidade. José Maria Cachado, mesa tenista nas décadas de 60 e 70 foi distinguido com o prémio de carreira prestígio e Américo Carlos com o prémio excelência. Um dos prémios mais aplaudidos da noite foi também o último a ser entregue, o prémio saudade, a Carlos Serafim, importante figura do clube nos anos 50, 60 e 70. Foi antigo jogador e treinador do clube e fez parte da primeira equipa oficial do clube. Recebeu o troféu de braços ao alto e com muitos “olés” de vitória. Embargado pela emoção acabou por não discursar mas os aplausos demoraram mais de um minuto. Actualmente o GDA tem 800 sócios e modalidades tão variadas como a pesca desportiva, tiro com arco, futsal, futebol e ginástica. Apesar da crise financeira a actual direcção acredita que o cenário vai melhorar e não desiste do objectivo de requalificar o actual pavilhão do clube.