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Um especialista em regas e tubagens que queria ser bate-chapas

Um especialista em regas e tubagens que queria ser bate-chapas

Fernando Lourenço é administrador da empresa Hidrocampo, no Cartaxo, desde 1995

“Queria ser bate-chapas, como o meu cunhado, ou mecânico. Sempre tive uma paixão pelos automóveis mas acabei por não seguir esse caminho”, conta.

Foi em 1995 que se deu o ponto de viragem na vida profissional de Fernando Lourenço. Depois de 14 anos a trabalhar numa empresa de regas e tubagens decidiu lançar-se por conta própria com um colega de trabalho. A empresa passava por dificuldades. Fernando Lourenço recebeu a carta para o desemprego mas preferiu apostar no investimento. Com apoio de um programa de criação de emprego próprio, recebeu 1.850 contos. Começou por fazer uso de um armazém em Vale da Pinta mas rapidamente passou para o Cartaxo, onde há maior movimento. Um ano depois geria sozinho a empresa e mudou-se para um armazém do lado contrário da rua da Boavista, junto ao largo do Valverde, onde hoje tem sede a Hidrocampo. A empresa faz instalações de sistemas de regas e tubagens em infra-estruturas públicas e privadas, jardins, campos de golfe e de futebol, agricultura, entre outras estruturas, além de vender peças e equipamentos.A primeira experiência profissional de Fernando Lourenço teve início aos 15 anos com o trabalho em período de férias escolares para ajudar a família. Com 16 anos foi porta-minas na construção do troço da auto-estrada A1 desde o Carregado a Santarém, ajudando o topógrafo a fazer as marcações no terreno. Aí começou a ganhar 500 escudos ao dia mas o pai insistia em que aprendesse um ofício. Foi ganhar dez vezes menos a aprender a ser torneiro-mecânico numa serralharia.Fernando Lourenço assentou profissionalmente a partir dos 20 anos. Trabalhou numa empresa de regas e tubagens do Cartaxo até 1995. Aí foi condutor, passou pelo escritório e pela área de vendas. Especializou-se em regas, tendo assumido a chefia desse sector na empresa. Mas os sonhos do empresário tinham, em novo, outros horizontes. “Queria ser bate-chapas como o meu cunhado ou mecânico. Sempre tive uma paixão pelos automóveis mas acabei por não seguir esse caminho”, conta Fernando Lourenço.A Hidrocampo tem instalações na rua da Boavista, Cartaxo. A loja está dividida entre escritório no rés-do-chão onde está todo o stock de peças e equipamentos ligado às regas e tubagens. No primeiro piso fica o gabinete de Fernando Lourenço, o local precisamente onde gosta menos de estar. Prefere estar na área de vendas ou no terreno a dar apoio às obras. Fernando Lourenço levanta-se às sete da manhã. Centenas de metros adiante está na empresa, no centro do Cartaxo. Fala com o pessoal para saber onde têm missões a cumprir. Tanto pode ser na região como no país, de Amarante a Lagos. “É no escritório onde menos gosto de estar no meio da papelada. Só aqui estou se tiver de preparar orçamentos. De resto ando no terreno. Quando faz falta levo documentos para casa e faço lá os orçamentos”, conta o empresário. Na empresa trabalham seis pessoas, incluindo a mulher, Ana Paula. Perto das 19h00 é hora de ir para casa. Aos sábados, o empresário costuma também passar pela empresa, e sai por volta das 12h30 para o almoço semanal que tem com um grupo de amigos.Fernando Lourenço já montou um relvado de futebol em Angola, no Dundo, província da Lunda Norte. O empresário espera voltar a Angola, onde se continua a crescer, apesar da crise, e aguarda por oportunidades de negócio em Moçambique e no Brasil.Fora do serviço procura pensar noutros temas que não o trabalho. Ir à pesca é um dos passatempos preferidos. Tem uma pequena embarcação e na Nazaré ou em Peniche encontra tempo e paz de espírito para capturar sargos, bogas, besugos que têm o prato como destino.Com 49 anos, o empresário procura sobretudo “segurar o barco”, não embarcar em aventuras e ganhar trabalhos como o de uma semana em Vila Nova de Mil Fontes a montar condutas.De resto, o empresário assentou arraiais no Cartaxo, terra de onde é natural, onde tem família e onde investiu empresarialmente. “Costumo explicar assim: nasci no 130 B na rua Batalhoz. Passei para o 130 A com os meus pais. Fiz um andar por cima do 130 A, fiquei com esse e mudei-me para o 130 B”, conta com um sorriso Fernando Lourenço.
Um especialista em regas e tubagens que queria ser bate-chapas

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