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Da caçadeira perdida aos Bombeiros do Cartaxo

A crónica de Joaquim António Emídio “O medo de viver” no jornal O MIRANTE de 20 de Janeiro de 2011 fez-me pensar no que eu faria se estivesse naquela situação. Ou, dito de outra maneira, na velha dicotomia «cidade-campo». Nasci em Santa Catarina (Caldas da Rainha) no ano de 1951 e vivo em Lisboa desde 1966. Quer isto dizer que já tenho mais anos da cidade do que do campo. Outro dia, recém-regressado do Algarve, fui levar o meu pai ao Expresso de Sete Rios. Bastou um momento de distracção para o meu pai ser abordado por uma vigarista com uma conversa da treta: «tinha vindo com a nora do Cartaxo para Lisboa para ela ter o bebé mas os Bombeiros foram-se embora e ela agora não tinha “dinhero” para as “passages”. Quando percebi o teatro montado pela velha adverti o meu pai em voz alta de que não lhe devia dar o dinheiro (dois euros) pois mesmo não conhecendo os Bombeiros do Cartaxo tenho a certeza de que eles nunca deixariam uma pessoa desarmada, sem dinheiro e perdida na grande cidade. Sem esquecer que em princípio os bebés do Cartaxo nascem em Santarém mas isso é outra conversa. Nunca dou esmola no Metro e em 2006 percebi uma coisa de que já tinha ouvido falar: fui a Mira em reportagem, passei por Fátima e vi os artistas do Metro junto da Capelinha das Aparições. Como eles são invisuais alguém os levou para lá. Outra coisa que a cidade me ensinou bem cedo foi a não dizer ao condutor que leva os médios acesos em dias de sol pois as pessoas reagem mal à advertência mesmo quando feita com a melhor das intenções. Quanto a armas de caça abertas e com dois cartuxos, seja na estrada ou na rua – podem continuar no mesmo lugar que eu não estou para isso. José do Carmo Francisco

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