Garrafões à discrição
Sábado, seis e meia da tarde em S. José da Lamarosa, concelho de Coruche. No largo da freguesia, junto ao centro social e à extensão de saúde fechada por falta de médicos, dezenas de homens tremelicam perante um vento gélido. Três grandes toros de madeira ardem para aquecer as gentes. “Nunca mais começa”, vão desabafando alguns veteranos da Prova de Vinhos da Lamarosa, que vai na sua 17.ª edição. O carvão em brasa é retirado com pás para três assadores pelo presidente da junta. “Há chouriço, febras, entremeada e pão cozido, tudo da Lamarosa. O convívio serve para uns provarem as pinguinhas e outros fazerem negócio”, conta António Venda. Três assadores são estrategicamente colocados. Chegou a hora dos adeptos da boa pinga. Este ano há catorze garrafões de cinco litros, identificados com o nome do produtor, em cima da mesa da entrada. Há pratos, copos de plástico e mesas corridas com cestas de pão caseiro, travessas com chouriço e frango assado. Iniciam-se as hostilidades. Os provadores, esmagadoramente homens, vão provando os vinhos. O tinto reina face ao branco. Lá fora cada qual é dono da sua febra e entremeada junto aos assadores. Até pequenas varas afiadas foram disponibilizadas para se ir virando a carne.Caras conhecidas não faltaram à prova, como Francisco Silvestre, vice-presidente da Câmara de Coruche. “O difícil aqui é escolher, a qualidade dos vinhos é muito boa. Só um bocadinho de cada!”, garantia. E lá vai disto! O presidente da Associação de Solidariedade Social local, Manuel Rocha, também alinha na prova. “Temos óptimos vinhos, produzidos nas areias da charneca da Lamarosa, com graduação de 13, 14 graus. Bebe-se bem”, afirma. O mesmo pensa Rui Duarte, da freguesia, que pede mais tempo para analisar o néctar. Pela prova passou ainda o presidente da Câmara de Coruche, Dionísio Mendes, e a vereadora Fátima Galhardo, que fez de par dos três autarcas durante a animação musical. Ricardo Carreira
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