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31 anos do jornal o Mirante

João Pedro Ferreira

39 anos, arquitecto, Torres Novas

Nasceu em Lisboa a 18 de Janeiro de 1972 mas vive em Torres Novas há quase vinte anos. Casado e sem filhos, abriu em Maio de 2010 um gabinete de arquitectura no centro histórico da cidade, actividade que concilia com a fotografia, apoiando a esposa que trabalha nessa área. Gosta de projectos minimalistas. Bem-disposto, diz que se não fosse arquitecto talvez fosse cozinheiro uma vez que adora estar entre os tachos e panelas. “Devemos marcar as pessoas que nos rodeiam de forma positiva. Haja saúde que tudo o resto se resolve”, diz quem está de bem com a vida.

Se não fosse arquitecto era cozinheiro. Cozinho com bastante prazer e gosto de ver programas sobre cozinha. Acho que só não seguiria esta profissão porque teria que comer de tudo e sou um bocadinho esquisito. Mas, em criança, quando me perguntavam o que queria ser respondia engenheiro agrónomo. Depois passei a responder engenheiro electrotécnico. A certa altura, a título voluntário, fiz testes psicotécnicos e a psicóloga disse-me que devia seguir algo relacionado com a Geometria, Matemática ou Desenho. Só a partir desta altura pensei em ser arquitecto. Tenho o privilégio de fazer o que gosto. Acabei o curso com 27 anos. A primeira vez que me candidatei à faculdade tinha nove opções mas só preenchi a primeira. Acabei por não entrar nesse ano mas no ano seguinte entrei no que realmente queria: no curso de Arquitectura na Faculdade de Arquitectura de Lisboa. É uma actividade muito interessante. Não estou arrependido da escolha que fiz. Cada projecto é um desafio. Abri o meu gabinete de arquitectura em Maio de 2010. Quando acabei o curso, fiz o estágio no escritório desse meu colega mais velho e, pela empatia que se estabeleceu, acabei por ficar a colaborar com ele durante cerca de dez anos. Sempre fui profissional liberal. Mais tarde, o escritório passou por algumas dificuldades que se agravaram ao ponto de ter fechado e eu entendi que era altura de ganhar asas. Quando temos um negócio nosso a motivação é diferente. Estou aqui com bastante vontade de trabalhar. Um projecto só é bom quando agrada ao arquitecto e ao cliente. Há sempre um processo de negociação com o cliente. Gosto de uma arquitectura moderna, de linhas direitas, sem adornos. Há um arquitecto, Mies van der Rohe, que dizia “Less is more”. Menos é mais. É verdade. Tento respeitar o que o cliente quer e colocar o meu cunho especial, por exemplo, na organização espacial da casa. Moro numa casa alugada no centro histórico de Torres Novas. Tenho a ideia de construir a minha própria casa mas não é uma ambição desmedida até porque um arquitecto nunca está completamente satisfeito. O melhor é comprar uma casa já feita (risos).Faço de tudo um pouco em arquitectura. Não tenho um horário definido de trabalho mas tento ter oito, nove ou doze horas de produtividade. Já projectei piscinas, uma agência bancária, moradias ou condomínios. As pessoas quando vêm ter comigo vêm com um prazo na cabeça que, normalmente, é ontem. Disponibilizo-me sempre para ajudar na parte burocrática. Já sei quais sãos os passos que se devem dar. Não tenho raízes em Torres Novas mas sou um orgulhoso torrejano. Nasci em Lisboa e os meus pais são da Caparica, onde fui criado. Vim cá parar porque conheci um colega de curso, vinte anos mais velho do que os restantes, com quem desenvolvi uma grande empatia. Comecei a vir a Torres Novas com frequência e, entretanto, conheci a minha mulher que era de cá. Gosto bastante de aqui morar porque Torres Novas está centralizada em dois eixos importantes: a A1 e a A23. Costumo dizer que vou mais vezes ao teatro a Lisboa do que as pessoas de Lisboa. Aos fins-de-semana tiro fotografias em baptizados e casamentos. Mais do que um hobbie, é a minha segunda profissão, que ganhei por afinidade uma vez que a minha esposa é fotógrafa. Acho que é uma actividade que também está relacionada com arquitectura. Os nossos trabalhos complementam-se e discutimos muitas vezes os conceitos que podem ser aplicados, uma vez que a estética tanto se aplica na arquitectura como na fotografia. Mas, em solteiro, já fazia fotografia arquitectónica, de edifícios. Acho que sou uma pessoa bem-disposta por natureza. Vivo a vida. Haja saúde que, de resto, tudo se resolve. Não tenho muitos tempos livres. Organizo a minha vida de forma a andar em paralelo com as folgas da minha esposa. Vejo televisão. Faço tudo lá em casa. Só não sei passar a ferro. Gosto de ler jornais e revistas para me informar. E, não tendo o dom da palavra, entre amigos, gosto de discutir política. Elsa Ribeiro Gonçalves

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