Um concerto para piano com Pedro Burmester marca, a 5 de Março, a reabertura do Cine Teatro S. Pedro, em Alcanena, que tem, desde o início de Fevereiro, uma nova direcção artística liderada pelo coreógrafo Tiago Guedes. O convite surgiu na sequência da saída de Vítor Costa para a Direcção Geral das Artes e após o coreógrafo, natural de Minde, ter trabalhado com a autarquia, de há dois anos para cá, na organização do Festival “Materiais Diversos”. A restante equipa é constituída por Daniela Costa (coordenação de produção e serviço educativo), Nuno Casaca (direcção técnica), Margarida Monteiro (administração, assistência de produção e bilheteira) e Patrícia Salvado (comunicação), aliado a um grupo de voluntários seniores e jovens que acederam a colaborar com iniciativas, dando uma ajuda, por exemplo, no bengaleiro, numa perspectiva de promover uma cultura intergeracional ao redor do Cine-Teatro. Fernanda Asseiceira, presidente da Câmara de Alcanena, disse esperar que o Cine-Teatro S. Pedro ganhe agora uma “nova dinâmica” e “recupere as pessoas que nos últimos anos perderam o hábito de ir ao teatro”. De acordo com a autarca, após a resolução de alguns problemas estruturais, como a reparação do elevador ou do aparelho de ar condicionado, vai ser possível trazer de novo a comunidade ao espaço. “Um grande desafio” que vai ter que ser alcançado por uma equipa reduzida, uma vez que o orçamento da câmara vai manter-se. “Como somos uma equipa pequena vamos tentar optimizar ao máximo os recursos”, referiu Tiago Guedes que vai também aproveitar o conjunto de espectáculos que estava já negociado com as redes em que a sala de Alcanena se insere – a ArtemRede e a CultRede -, acrescentando ainda que vai procurar obter fontes de receita com algumas das propostas apresentadas, estando prevista a reabertura do Café Concerto (numa primeira fase apenas antes e depois dos espectáculos). Outra das ideias desenvolvida pela nova equipa é que todos os sábados exista actividade, que se quer a mais diversificada possível. “Queremos dinamizar ciclos de cinema de autor, que fujam aos filmes massificados que as pessoas vêem nos outros lados”, explica o novo responsável. Outra novidade é o projecto “São Pedro fora de portas” que pretende levar, cada mês, a programação do Cine-Teatro a uma das freguesias. A primeira edição decorre na Colectividade de Vila Moreira, a 2 de Abril, com o espectáculo de dança “A Casa de Aldara Bizarro”. Outra novidade reside na realização de bailes ao domingo, uma vez por mês, para mostrar uma das tradições dos teatros de antigamente, cativando os mais jovens para as danças sociais. Cafés-concertos, colóquios e música e teatro são outras iniciativas que fazem parte da programação, pensada até Junho. O novo director artístico do Cine Teatro S. Pedro acredita que este será um dos 15 cine- teatros “âncora” do projecto de financiamento anunciado pela ministra da Cultura, sublinhando que está a trabalhar intensamente na candidatura a entregar até Maio. “É um programa muito interessante que permite, mediante a assinatura de um protocolo, que o teatro venha a receber dinheiro para a qualificação dos técnicos ou para reforçar os seus serviços educativos e que, acima de tudo, tira algum peso financeiro à autarquia”, explica Tiago Guedes.Aproveitando as suas valências e de modo a conseguir obter alguma sustentabilidade, o Cine-Teatro quer ser palco de conferências ou encontros de empresas, através do aluguer das suas salas. Vai também ser implantado o cartão “Amigo do São Pedro” que custa 15 euros por ano e permite aos aderentes, por exemplo, a atribuição de um convite para um espectáculo gratuito no mês do seu aniversário e descontos especiais no bar do teatro.