Os vereadores do PSD na Câmara Municipal de Ourém manifestaram em comunicado o seu desagrado pela forma como têm sido divulgadas as notícias sobre a resolução do caso do “prédio do Maurício”, em Fátima, embargado há quase 30 anos pela autarquia. A solução urbanística, esclarecem, foi encetada pelo anterior presidente do município em 2009, Vítor Frazão (PSD).No texto enviado às redacções pode ler-se que “em vários jornais da região o actual executivo PS dá relevo ao «prédio Maurício» e escamoteia o trabalho do anterior executivo PSD”, referindo que as negociações levadas a cabo se deram após a tomada de posse do novo executivo PS. “Não é verdade!”, garantem. “Os vereadores do PSD informam que esta proposta de solução urbanística e acordo com a família Maurício se iniciou no mandato anterior - com Vítor Frazão, ao tempo presidente da câmara - , facto que se pode comprovar através da acta de 23 de Abril de 2009 que consta do processo e onde efectivamente se analisou e pôs em andamento a proposta do sr. arquitecto Ferreira, representante da família Maurício”.Os vereadores recordam ainda que a questão já havia sido levantada em reunião camarária “e há já alguns meses, haviam questionado o actual executivo sobre o andamento deste processo, facto que terá, porventura, contribuído para acelerar o seu encerramento”.“Poderá o sr. presidente da câmara, - numa postura narcisista -, emproar-se ao omitir o trabalho dos outros e ao apelidá-los de ineficazes, no entanto, uma postura séria obriga a que todos os factos sejam referenciados, e que o trabalho que outros efectuaram não seja silenciado. Como o sr. presidente foi eleito para trabalhar e não para fazer uma política do «deita abaixo», aconselha-se, um pouco mais de humildade e tempo para atender os munícipes”, referem.Os vereadores agradecem ainda a “abertura e compreensão” da família Maurício para a resolução do caso, assim como a todos os intervenientes no processo. Há 28 anos em “esqueleto” e já em ruínas junto ao Santuário de Fátima, o prédio do Maurício tem agora perspectivas de poder vir a ser concluído após os proprietários e o município de Ourém terem chegado a acordo, no último dia 1 de Março. Após aprovação em reunião extraordinária do executivo e em assembleia municipal, a câmara licenciou definitivamente a obra e isentou de taxas o proprietário (cerca de 7 mil euros). Esta era a condição para o acordo, que retira uma acção judicial contra a autarquia onde era pedida uma indemnização de cerca de 3 milhões de euros, mais juros desde o ano 2000 pelos danos decorrentes de anteriores embargos e ordens de demolição. O prédio tinha um piso a mais e o novo projecto vai adequar o edifício à zona envolvente.