Sempre tive um fascínio por electrónica. Tenho um padrinho que fazia reparações em electrodomésticos e, quando era miúdo, dizia que queria fazer aquilo. As minhas melhores notas eram a matemática e física. Mais tarde acabei por escolher informática mas, por influência do meu pai que estava ligado à construção civil, acabei por tirar o curso profissional de medidor orçamentista no Centro de Formação Profissional. Comecei a trabalhar com 18 anos, como electromecânico, na EMEF do Entroncamento. Trabalhava e estudava Engenharia Informática no Instituto Politécnico de Tomar mas tornou-se difícil conciliar porque não conseguia assistir às aulas. Estive lá três anos mas, com a electrificação das linhas por ocasião do Euro 2004, acabei por ser dispensado. Foi quando surgiu a hipótese de tirar o curso de medidor orçamentista. Depois fui trabalhar para uma empresa da Linhaceira, onde fiz o estágio profissional, e mais tarde para outra empresa de Torres Novas. Ainda trabalhei como segurança. Nunca fui de estar parado. Mandava currículos para empregos de todas as áreas que achava que tinha a ver comigo, embora sempre com a expectativa de vir a trabalhar como medidor orçamentista. Desse leque de currículos que enviei, quando estava desempregado, surgiu a oportunidade de abrir a Lojadobras. Fui contactado pela mentora do projecto, que me explicou o conceito do serviço. Levei seis meses a amadurecer a ideia mas acho que é em alturas de crise que se deve arriscar. A Lojadobras tem um conceito ino-vador. Fazemos mediação de obras desde o início ao fim. Se um cliente chega aqui com uma ideia de uma construção ou remodelação arranjamos três orçamentos gratuitos e acompanhamos toda a execução da obra. Estamos aqui tanto para ajudar o cliente como o construtor. Tenho por hábito deslocar-me à obra, medir, para ver o que é necessário para satisfazer o cliente. Não tenho rotina no trabalho. Trabalho muito fora do horário fixo de trabalho e ausento-me muitas vezes do escritório para ver como está a correr a obra. Depois passo todas as indicações recolhidas para o papel e peço os preços ao nosso cliente. Lido bem com os imprevistos e tento reagir com calma, expondo a situação ao cliente ou ao construtor. Chego cedo ao escritório e saio sempre depois da hora. Gosto muito do sítio onde nasci. Vivo em Tomar mas digo sempre que tenho as minhas raízes na Linhaceira. Desde miúdo que estive ligado à Associação Cultural e Recreativa da Linhaceira. Jogava futebol e desde os meus 16, 17 anos estive ligado ao dirigismo na colectividade. Participei na organização de carnavais, festas, na angariação de fundos e sócios quando foi a construção do lar e na dinamização de abaixo-assinados. Gastamos muito tempo e dinheiro no associativismo mas acaba por ser compensador. Gosto muito de futebol mas o jeito não era muito. Certa vez lesionei-me no joelho e deixei de jogar. Mais tarde fui convidado para o Departamento de Futebol da ACR da Linhaceira, onde estive nove anos, como treinador adjunto dos miúdos e dirigente associativo. Há cerca de quatro anos, fui convidado pela Associação de Futebol de Santarém para fazer o curso de árbitro, actividade que também exerci cerca de um ano. Actualmente estou a treinar a equipa de iniciados do U. Tomar. Desde que abri o escritório tenho pouco tempo livre. Sou uma pessoa calma. Para além do futebol, antes de trabalhar por minha conta, preenchia os meus tempos livres com a prática associativa. Não tenho um lema de vida mas acho que devemos viver o dia-a-dia e, se possível, acompanhados de muita gente.