João Mascarenhas garante que objectivo é colocar um atleta nos Jogos Olímpicos em 2020
Para quando um atleta da Golegã nos Jogos Olímpicos?Esse será certamente um dos objectivos deste clube, pois tenho a sorte de liderar um grupo de pessoas que não só quer ganhar, como está extremamente motivada para o fazer e sabe que estamos num início de aprendizagem para ser um atleta de alta competição. São pessoas apaixonadas pelas modalidades que praticam, que treinam por gosto e porque faz parte delas este modelo de vida. Isso é essencial para vão estruturando a sua vida em torno deste seu objectivo. Seria irreal pensar que podemos ter um atleta nos JO antes de 2020. A acontecer não é nada de natural. E estamos hoje a dar passos importantes, num plano a 10 anos, para que isso seja possível pois faltam apenas nove anos.Não é muito tempo de espera?Não. Uma presença de qualquer que seja o atleta nos Jogos Olímpicos está directamente relacionada e condicionada por diversos factores, muitos deles que não estão sob o controlo quer dos treinadores quer dos atletas. Tendo em conta o momento actual do clube, acho que os Jogos Olímpicos não podem ser uma prioridade, mas sim um pensamento que deva surgir na mentalidade das pessoas que representam o clube, pois somos um clube com pouco tempo de existência e devemos dar uma maior importância e prioridade a outro tipos de assuntos, face ao momento do clube, no entanto é obvio que qualquer treinador sonha com a presença dos seus atletas na maior e mais importante competição desportiva mundial.Essa presença poderá ser uma situação que se venha a confirmar daqui a alguns anos, 2020 por exemplo, já que, temos atletas com muito valor na modalidade tendo em conta os poucos anos que estes têm de prática da modalidade, no entanto apresentam resultados bastante promissores o que nos levam a acreditar na referida participação nos Jogos Olímpicos.Quais consideram as principais dificuldades para a formação desportiva de jovens no concelho? A falta de cultura. E não acrescento a desportiva porque é um problema maior. É um problema de mentalidade. De todos, treinadores, dirigentes, atletas, pais, políticos…No que diz respeito ao concelho da Golegã acho que as principais dificuldades são mesmo a falta de jovens com vontade e ambição de praticarem desporto, estando sempre presente a meu ver, a falta de jovens no concelho para se puder desenvolver e ter uma formação desportiva capaz e sustentada com bases para dar frutos no futuro. Outra grande dificuldade é a capacidade financeira já que, um maior recurso financeiro permitiria uma maior investimento não só na formação de todos os jovens em geral mas no caso do nosso clube, permitia-nos ter contratado e neste momento contar com um maior número de valores na modalidade, muitos deles já com presença regular nas selecções nacionais.Irá o NSCG conseguir intrometer-se na luta das grandes equipas de triatlo ou mesmo de natação do país?Por enquanto é impossível. Mas a médio prazo teremos condições para o fazer, mantendo o produto da nossa formação. Para já temos de ficar muito contentes com posições próximas dos clubes que podem contratar atletas de topo. Tenho um grupo fantástico e motivado mas temos de compreender os limites. Terei de esperar 3 a 4 anos por resultados de topo.Para ter sucesso é preciso contratar atletas e pagar-lhes bons ordenados?Como referi anteriormente, a capacidade financeira é um dos recursos mais importantes para se ter actualmente uma equipa que seja considerada uma grande equipa na modalidade. Existem actualmente equipas a pagar ordenados, permitindo-lhes contar com as maiores e melhores referências da modalidade, sendo o pagamento de salários mensais aos atletas uma realidade que está muito longe de se verificar no NSCG. Devido a isto, torna um pouco ingrata e injusta esta luta entre as equipa no entanto, temos esperanças e acreditamos, não só treinadores e direcção mas também atletas, que poderemos ter uma palavra a dizer a nível individual nos escalões mais jovens e também por equipas no campeonato nacional PorTerra. Ambos os treinadores têm formação superior e técnica específica para as modalidades. Como vêm o trabalho nos clubes desportivos do distrito?Cada vez melhor, mas ainda a anos luz do desejável. Neste distrito em especial nota-se uma sobrevalorização dos resultados de jovens ainda em fase de formação, aplicando o treino como se de um adulto se tratasse. Ficam depois pelo caminho uma série de coisas a ensinar para que aprendam a conciliar o treino no seu dia-a-dia, que aprendam a treinar como a alta competição exige. Assisto anualmente ao abandono ou estagnação de jovens promessas que bem orientadas, dentro de um plano de carreira, poderiam um dia pelo menos chegar a uma selecção nacional. Normalmente têm uma fase de euforia de resultados, seguida de estagnação e abandono por não continuarem a evoluir. Contudo ainda há clubes a trabalhar bem?Sim. Na natação saúdo o CN Torres Novas pela forma como gere e trabalha bem a sua equipa, mantendo ao longo dos anos os atletas mais velhos e o espírito da equipa. No triatlo o Águias de Alpiarça é uma referência pela organização administrativa e directiva, bem como de relacionamento com as autarquias, o que permite um trabalho estável e com as devidas condições para atletas e técnicos.Natação e Triatlo. Duas modalidades complementares ou de difícil gestão?Na minha opinião são duas modalidades muito complementares. Em primeiro lugar a natação está presente e é considerada por muitos a disciplina mais importante em termos de resultados finais no triatlo. Por sua vez, a natação é um excelente meio dos triatletas ganharem um ritmo competitivo que lhes permita discutir os primeiros lugares nas provas. Posto estes factos, penso que são duas modalidades que se complementam e no nosso clube temos muito a ganhar não só treinadores mas essencialmente os atletas em poder competir e treinar com vista à competição nas duas modalidades.Quais os principais desafios que esta equipa vos encerra?Para já o da estabilidade. Temos de assegurar todas as condições para o funcionamento da equipa e temos de dar resposta a realidades bem distintas dos nossos 51 triatletas. Temos jovens a iniciar a prática das modalidades, adultos com 40 – 50 anos, atletas com ambições de atingir o nível internacional. Muitas realidades diferentes para as quais nos dispusemos a ter enquadramento. Temos apenas dois técnicos e dois directores, mas muita vontade e uma verdadeira equipa, de pessoas e quase uma família.No clube anterior não havia essa família?Rompemos com o clube anterior por ser um clube estagnado, sem ambições nem projecto. Juntámo-nos com o mesmo ideal. Ter uma equipa vencedora e dinâmica.
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