Gonçalo Mesquitella
50 anos, director comercial, Santarém
“Nas condições em que o país se encontra dificilmente o novo Governo poderá melhorar a situação em que Portugal se encontra. O problema é que as pessoas que têm ido para os governos nos últimos anos vão para se servirem e não para servir o país”
A entrada do FMI em Portugal é mesmo inevitável?Penso que sim. O nosso Governo, que agora está apenas em gestão, não tem condições de levar o barco para a frente. Chegamos a um ponto que não conseguimos sair do ‘buraco’ em que estamos metidos sem ajuda externa. É inevitável até porque os mercados não confiam em nós.De que objecto é que nunca se separa?Vários, mas o telemóvel é quase como uma ferramenta de trabalho e como tal ando sempre com ele para todo o lado. Se saio de casa e me lembro que me esqueci do telemóvel volto atrás para ir buscá-lo. Além de ser uma agenda é também uma segurança porque estou sempre contactável.Se tivesse oportunidade de falar com o primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, o que lhe dizia?Se o visse nem sequer lhe falava. Ele deixou isto tão mau que devia ter tido vergonha do estado em que deixou o país. Já se devia ter demitido há mais tempo. A nova geração está mesmo à rasca?Está mesmo à rasca. A minha geração já não foi fácil porque apanhei a transição de alguma estabilidade para uma instabilidade enorme a seguir ao 25 de Abril. Acredito que a tendência é para piorar e preocupa-me o futuro dos meus filhos.Qual é a solução?A solução é mudar as pessoas que estão no poder há 35 anos, aqueles que governam mal o nosso país. Nas condições em que o país se encontra dificilmente o novo Governo poderá melhorar a situação em que Portugal se encontra. O problema é que as pessoas que têm ido para os governos nos últimos anos vão para se servirem e não para servir o país. A solução é os governantes servirem o país e os portugueses em vez de se servirem a eles próprios.Concorda com a dissolução do Parlamento e com eleições antecipadas?É um mal menor. As coisas como estavam não podiam continuar. Uma mudança é sempre bom para melhorar as coisas e tentar clarificar a situação do país.Já planeou as suas férias ou prefere viajar sem planear nada?Costumo planear tudo com antecedência. Normalmente vou uma semana ao Algarve e 15 dias em São Martinho do Porto. É onde passo as férias habitualmente com a família.A que se deve o elevado número de mortes nas estradas portuguesas?Muita falta de civismo por parte dos condutores. Conduz-se muito mal em Portugal e as pessoas acreditam que os acidentes só acontecem aos outros. Não se pode atirar as culpas para as estradas porque se houve evolução em Portugal foi nas estradas que são boas. O problema é mesmo dos condutores.
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