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Há 115 anos a tocar pela Meia Via

Há 115 anos a tocar pela Meia Via

Sociedade Filarmónica Euterpe Meiaviense é uma das colectividades mais representativas do concelho de Torres Novas

O momento alto destes 115 anos foi a atribuição da Medalha de Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura.

O nome vem da musa da música e da poesia lírica: Euterpe. A Sociedade Filarmónica Euterpe Meiaviense, da Meia Via, Torres Novas, está a celebrar 115 anos de vida. É das associações com mais sócios no concelho (500) numa localidade com cerca de 1900 habitantes. Tem banda, escola de música, coro e vai fazendo algumas apostas no teatro. Recebeu a Medalha de Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura em 1996 e a Medalha de Mérito Cultural do município torrejano. Ainda assim, os seus líderes não sentem que a colectividade seja valorizada, sobrevivendo à conta do apoio dos sócios e dos escassos subsídios das entidades oficiais. “Terá nascido de um grupo de meiavienses que desejou criar uma banda”, comenta o presidente da associação, Guilherme Pascoal. A filarmónica teve altos e baixos, vivendo um período mais activo desde o 25 de Abril. Hoje é composta por 35 elementos, com idades entre os oito e os 59 anos. Uma banda jovem que sobrevive pelo impulso da escola de música, que fixa todos os anos novos elementos.“Trabalhamos na base do intercâmbio”, explica Guilherme Pascoal, referindo que já por diversas vezes foram tocar a vários países da Europa e por todo o Portugal, recebendo também bandas de fora. O restante programa é ocupado com marchas, ocasiões festivas e procissões. Apoios oficiais são escassos“A banda mantém-se com a carolice dos sócios e amigos e com o escasso apoio das entidades oficiais. Da Junta de Freguesia da Meia Via não recebemos nada”, acrescenta Vítor Henriques, vice-presidente e durante quase duas décadas presidente da colectividade. É essa a crítica que ambos os dirigentes lançam às autoridades, referindo que a associação não tem recebido ao longo dos anos o devido apoio, diminuindo os apoios com a separação da freguesia de Santiago. “Em Dezembro de 2010 recebemos o subsídio referente a Setembro de 2009 da câmara municipal. Por outro lado, tudo o que devíamos à câmara foi-nos logo exigido”, constata Vítor Henriques.O momento alto destes 115 anos foi a atribuição da Medalha de Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura. “Nesta terra tem sido a associação com mais projecção”, sendo também uma das mais antigas, comenta Vítor Henriques. Mas “esta situação não é valorizada, não nos sentimos valorizados. Pergunto-me: temos a medalha para quê? É como ter o estatuto de utilidade pública. Para quê? A câmara não paga o que se compromete a pagar…”, comentam os dirigentes.É a escola de música que tem mantido a banda viva. De entrada gratuita, funciona todos os sábados com um professor e um maestro. Para conseguir alunos, uma das apostas de promoção é a organização de teatros com os alunos das escolas da zona. Peças infanto-juvenis que procuram cativar o gosto para entrar na banda. “Dá-se actividade à casa e estimula-se o gosto, para que os mais novos entrem para esta casa e participem em sociedade. É sempre esse o nosso objectivo”, refere Guilherme Pascoal. A associação tem cerca de 500 sócios, a maioria da Meia Via, mas também de outros lugares em redor. A condição para entrar na banda passa por tornar-se sócio, com uma quota de 1,20 euros mensais. “Por um lado os pais sentem que os filhos estão num local seguro. Depois é o convívio. Por fim, é o gosto pela música. Nem todos os que começam terminam, mas alguns ficam e no dia do aniversário da associação recebem um boné e o instrumento musical”, refere Guilherme Pascoal. A Sociedade Filarmónica tem ainda um bar, explorado por um dos sócios. “Ser um ponto de encontro da aldeia era o desejável, mas está sobretudo aberto ao fim de semana”, comenta.O futuro passa por consolidar a banda, trazendo novos elementos e recorrer cada vez menos a profissionais para preencher vagas nas actuações. A isto Vítor Henriques acrescenta outros planos, como o da ampliação do espaço da associação na Meia Via, um projecto já aprovado e que aguarda apenas os apoios necessários. Há ainda um projecto de criar um espectáculo sobre o tema “Fado”, em estilo de café-concerto. O evento terá a participação da artista Diana Gil, mas ainda falta ultimar grande parte do espectáculo.
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