Mafarrico Serafim das Neves
O Bloco de Esquerda de Tomar, organização defensora da classe trabalhadora e muito crítica da justiça burguesa, meteu um varredor em Tribunal por este lhe ter varrido a propaganda política para o lixo. Os juízes, que geralmente são acusados de proteger os poderosos e condenar os pobres, absolveram o assalariado da câmara municipal. Eu aproveito para incitar todos os varredores deste país a seguirem o exemplo heróico do cantoneiro António Graça, livrando-nos à vassourada ou com aspirador industrial da nuvem de poluição política que se aproxima, provocada por eleições antecipadas.Quanto aos reformados tens toda a razão. Com tantos no Festival Nacional de Gastronomia é natural que as ementas da próxima edição sejam todas à base de açordinhas e papinhas. Mas não sejas tão severo. Um reformado é um reformado e ainda bem que existe tão sólida amizade entre todos eles. Quando um reformado como o senhor Rosa do Céu do Turismo arranja uns biscates para o seu amigo reformado Carlos Abreu acumular mais uns euros a fazer aquilo que lhe deu direito à reforma, o meu coração enternece-se. Que bonito Serafim. Que cena emocionante a desses dois reformados, de braço dado, a subirem as escadinhas da sala de almoços de honra do Festival, amparados às suas bengalinhas públicas. Mas que lindo casalinho, benza-o Deus, Nosso Senhor!! Políticos reformados que voltam ao activo para praticar o bem público merecem o nosso aplauso. Mas é bom que se diga que não são os únicos a pensar no bem-estar do povo. Vê o caso dos médicos, por exemplo. Neste momento não deve haver nenhum a gozar a sua merecida reforma. Basta ler o Diário da República diariamente para constatar que já voltaram todos ao activo. É como na guerra. Quando o país precisa marcha tudo. Zarolhos, coxos, manetas. Estes exemplos de abnegação e exemplar civismo inspiram-me. Vê lá tu que até já quis fazer o mesmo. Reformar-me aos 40 anos como muitos destes heróis nacionais e regressar ao serviço logo de seguida. Infelizmente disseram-me que não podia ser. Que não tenho perfil para a causa pública. Mandaram-me voltar lá aos 67 anos mas não prometeram nada.Li algures que a Câmara Municipal da Barquinha está a fazer a promoção de pirilaus. Assim se vê o real valor do poder autárquico... e dos pirilaus, claro está. As câmaras não baixam os braços perante as dificuldades. Atiram-se a tudo para promover o progresso e travar a desertificação. Até aos pirilaus, Serafim. Até aos pirilaus! Pelo que percebi os pirilaus daquelas bandas são doces, ao contrário das caralhotas de Almeirim que são mais para o meio-sal. Ninguém poderá dizer que é por falta de material e de variedade que a coisa não resulta. Conheço algumas amigas nossas que também compraram pirilaus mas foi em casas da especialidade. É uma pena. Uma atitude anti-municipalista que se condena. Daqui as exorto a abocanharem uma caralhota em Almeirim ou um pirilau do Frade Ambrósio na Barquinha para fazerem a comparação entre produtos naturais e artificiais.Em Almeirim sete militares da GNR participaram num filme de estudantes da Escola Secundária local chamado Esfaqueador de Sonhos e conseguiram deter o criminoso. Ficou-se a saber que aquela força policial é digna de confiança…pelo menos em termos de ficção.Um abraço cinematográfico Manuel Serra d’Aire
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