Dois filhos de avieiros nascidos à beira Tejo
Emílio Lobo, 64 anos, e António Tomás, 67, são os homens do leme no barco “Vala Real” que percorre a Rota dos Mouchões, no concelho de Azambuja. Rapidamente entram na conversa para contar os percursos de vida. São descendentes de pescadores oriundos de Vieira de Leiria que se fixaram na aldeia avieira da Palhota, no concelho do Cartaxo. Nasceram e viveram os primeiros anos dentro de um barco. Os pais, pescadores avieiros, trabalhavam dia e noite para conseguir colocar o pão na mesa de uma família de dez filhos. Aos 13 anos Emílio Lobo foi trabalhar para as fragatas em Lisboa até ir para a tropa aos 18 anos, rumando depois para a Guerra do Ultramar em Cabinda, Angola, onde esteve durante três anos. Viveu durante 25 anos no Luxemburgo, trabalhou na construção civil e agora, reformado, ocupa o tempo a pescar no Rio Tejo, afastando-se da confusão do dia-a-dia. Já o irmão, António Tomás, trabalhou toda a vida com barcos, nas extracções de areias e em carregamentos. Nunca se viu a fazer mais nada. É com tristeza que olham a poluição que continua a sujar as águas do Tejo. Recordam-se de outros tempos, quando a pesca era farta. Continuam a pescar mas por lazer. Pertencem ao Tejo e dali não querem sair. Eduarda Sousa
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