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Armamento militar utilizado por ladrões escondido em capela de Ourém

Armamento militar utilizado por ladrões escondido em capela de Ourém

No sótão do templo de Sandoeira a PJ encontrou um pequeno arsenal

Foram encontradas, dissimuladas em sacos, cinco granadas, uma arma anti-tanque, duas espingardas de assalto Kalashnikov de calibre 7,62 mm e uma espingarda “shotgun” de calibre 12, duas pistolas de calibre 9 mm, além de munições e explosivos. A população da pacata aldeia ficou perplexa com o achado.

O padre que celebra missa semanalmente na capela de Sandoeira, em Ourém, estava longe de adivinhar que o sótão do pequeno templo foi durante algum tempo esconderijo das armas de guerra utilizadas pelo “gang” francês que assaltou um veículo blindado de transporte de valores a 18 de Dezembro de 2009, em Taveiro, Coimbra. O pároco de Rio de Couros e Formigais, Luís Francisco, disse a O MIRANTE que foi “o último a saber”, revelando que no âmbito da investigação duas pessoas da aldeia foram prestar declarações à PJ de Coimbra. Aliás, na pacata aldeia ninguém faz ideia como aquele arsenal foi parar ao sótão do templo, que por vezes ficava aberto durante a noite.Fonte da Directoria do Centro da Polícia Judiciária revelou que o esconderijo foi descoberto no dia 30 de Março na sequência das declarações prestadas pelos indivíduos detidos, quatro franceses e um português residente em França, todos eles com um grande cadastro de assaltos violentos.No sótão da capela de Sandoeira foram encontradas, dissimuladas em sacos, cinco granadas, uma arma anti-tanque de calibre 64 mm, duas espingardas de assalto Kalashnikov de calibre 7,62 mm e uma espingarda “shotgun” de calibre 12, duas pistolas de calibre 9 mm.No mesmo local encontraram ainda quatro barras de “alto teor explosivo” PEP 500, detonadores eléctricos, dispositivos com ventosa e carga explosiva para corte linear, 200 munições de calibre 9 mm e 7,62 mm, cinco coletes à prova de bala, dois coletes tácticos, dois gorros e fatos específicos para manuseamento de explosivos.Uma das armas automáticas apreendidas foi a utilizada na rajada disparada sobre a carrinha no final de assalto, segundo análises efectuadas no Laboratório de Polícia Científica, da PJ.No âmbito do processo, os cinco operacionais já se encontram detidos, a aguardar extradição para Portugal, mas a Polícia Judiciária não exclui a possibilidade de outros indivíduos poderem serem sujeitos a detenção, os que terão desempenhado funções logísticas e de apoio em Portugal.A sua base de operações foi instalada na região Centro, num local não especificado pela PJ, e durante um mês serviu para preparar o roubo, no qual utilizaram explosivos para abrir um buraco na blindagem do veículo, para se apropriarem de 300 mil euros dos cerca de nove milhões que eram transportados.O roubo foi perpetrado na noite de 18 de Dezembro de 2009, e a sua sofisticação, e o abandono no local de objectos com inscrições em língua francesa, como uma lanterna e uma bateria, deram pistas aos investigadores. Com idades entre os 44 e os 70 anos, três dos assaltantes não têm profissão, e o português é proprietário de uma oficina automóvel, o que terá facilitado a viciação de matrículas de automóveis utilizados.O mais velho dos detidos é um antigo combatente, condecorado na guerra de libertação da Argélia, e no seu curriculum tem o “recorde” de assaltos a bancos em menos de uma hora. Há uns anos atrás assaltou três em Paris em 45 minutos e não foi apanhado, adiantou uma fonte da PJ.A investigação da Directoria do Centro da PJ, que envolveu 61 elementos, foi realizada em articulação com um departamento da sua congénere francesa – o Office Central de Lutte Contre le Crime Organisé (OCLCO) – e o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Coimbra. Culminou, na terça e quarta-feira da semana passada numa vasta operação policial simultânea, em Portugal e em França.
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