uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Clube de BTT de Samora Correia sem condições para praticar modalidade

BTTistas acham que não existe abertura no concelho para a prática do desporto

A prática de BTT está cada vez mais difícil para os adeptos da modalidade do concelho de Benavente. Deparam-se com portões fechados quando tentam fugir do alcatrão para praticar o desporto na terra batida. O vice-presidente da Câmara Municipal de Benavente, Carlos Coutinho, promete reunir-se com os proprietários dos terrenos para criar alguns caminhos para os BTTistas.

O Clube de BTT Trilhos da Lezíria, localizado em Samora Correia, concelho de Benavente, está insatisfeito com a progressiva vedação do acesso aos terrenos do concelho por parte dos proprietários e da Companhia das Lezírias. A Câmara Municipal de Benavente está alerta para o problema e promete ajudar a criar alguns trilhos para os BTTistas com normas definidas. Também a Companhia das Lezírias se mostra receptiva à prática da modalidade nos seus terrenos, desde que seja paga e acompanhada. Paulo Charbel, morador em Samora Correia e praticante de BTT há 10 anos, nunca encontrou tanta resistência para conseguir praticar o desporto. “Todos os proprietários dos terrenos começaram a colocar portões altos, vedando o acesso às propriedades”, aponta. Há uns anos conseguia ir com a bicicleta para os terrenos da Companhia das Lezírias sem grandes dificuldades, mas a situação inverteu-se. “Tivemos de começar a pagar um valor por entrar nos terrenos da Companhia das Lezírias, o que até percebemos, mas a burocracia depois é muito grande”. O presidente do Clube de BTT Trilhos da Lezíria, Daniel Brites, compreende o lado dos proprietários porque sabe que existem muitos roubos, mas pede alguma compreensão, sugerindo que sejam reservados alguns trilhos, com a autorização dos responsáveis, para pelo menos o domingo de manhã. “Tudo o que decorra dentro dos terrenos da Companhia das Lezírias tem de ser acompanhado por uma questão de segurança. Temos zonas de caça, de gado, há caminhos cortados, riscos de incêndio e não aceitamos que entrem grupos sem qualquer tipo de vigilância”, responde Rui Alves, coordenador da produção florestal e dos recursos silvestres da Companhia das Lezírias. Além da questão de segurança o responsável diz que a manutenção e conservação de todo o património da companhia tem custos e quem desejar usufruir terá de pagar, tal como fazem os turistas ou os caçadores. “A nossa política é a de abrir a companhia a todos mas também a de conservar e gerir os terrenos da melhor maneira possível”, concluiu. O responsável mostrou-se receptivo à criação de uma parceria com o Clube de BTT Trilhos da Lezíra para o grupo participar mais vezes a custos mais baixos. Também o vice-presidente da Câmara Municipal de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), está a par do problema. “Temos conhecimento de que os proprietários de terrenos no concelho têm-se deparado com roubos de lenha ou gado e é normal que vedem os acessos de modo a defender os seus interesses”, frisa. O autarca sublinhou, no entanto, que a câmara vai analisar o problema e conversar com os proprietários de modo a abrir um conjunto de trilhos com regras bem definidas. Embora o Clube BTT Trilhos da Lezíria (http://cbtttrilhosdaleziria.blogspot.com/) já conte com seis anos de existência, só no ano passado é que se constituiu formalmente como associação. Neste momento conta já com 32 sócios, tendo todos os domingos de manhã pelo menos um grupo de 15 BTTistas prontos para um passeio. O clube tem organizado alguns circuitos de BTT informais, como as voltas nocturnas no Verão, um passeio de Natal ou juntamente com a AREPA as Terras do Toiro. Tendo em conta a actual dificuldade de praticar o desporto no concelho de Benavente, deslocam-se a maior parte das vezes para o concelho de Vila Franca de Xira ou mesmo para Lisboa.

Mais Notícias

    A carregar...