Os entusiastas do todo-o-terreno de Benavente querem levar mais longe o nome da terra e vão participar este ano em várias provas do calendário nacional de TT, entre as quais o Raid da Ferraria, que se disputa entre os dias 16 e 17 de Abril e a popular Baja de Portalegre, que vai para a estrada em Outubro.Amorim Silva, 43 anos, natural do Biscainho (concelho de Coruche), é um dos corredores que quer dar a conhecer ao país o nome do Clube TT de Benavente. “Espero vencer na categoria de veteranos e ao mesmo tempo dar a conhecer o nome do clube. A prova da Ferraria vai ser importante, vou de moto 4 e é um desafio duro, com quase 300 quilómetros e uma assistência fixa”, conta a O MIRANTE.O maior problema, dizem os responsáveis do clube, é encontrar patrocinadores para as provas. “Está muito complicado encontrar quem nos queira ajudar. A inscrição para uma destas provas custa 150 euros, a federação custa mais 220 e ainda temos de somar o gasóleo, estadia, pneus, manutenção da mota… cada prova anda à vontade nos dois mil euros”, refere Nuno Silva, um dos responsáveis do clube.As provas “piratas” – as que são organizadas fora do circuito oficial da federação – são as que dão mais dinheiro em prémios, dizem os responsáveis. No último ano, do ponto de vista desportivo, as coisas não têm corrido bem para o clube de Benavente. Falta de apoios e de locais onde competir têm condicionado a sua actividade. Ainda assim os responsáveis garantem que estão motivados para continuar a juntar os amantes do TT do concelho e da região.“Isto não tem estado nada fácil, os apoios não são muitos e não há muitos sítios para fazer provas, há um ano que andamos de volta dos donos de vários terrenos para fazer as provas mas ninguém nos quer ajudar”, lamenta Nuno Silva. Outro dirigente, Pedro Eugénio, refere que nem com provas de solidariedade os proprietários abrem os portões dos terrenos. “Já mandámos cartas e propostas de fazer provas de solidariedade em que uma parte das receitas reverteria para associações do concelho mas nem assim conseguimos”, lamenta.Os dirigentes do Clube TT de Benavente continuam sem sede própria por opção. “Não queremos estar já a pedir favores à câmara sem ter nada para mostrar, queremos participar em provas primeiro para depois pensarmos nisso”, referem. Uma das ideias passa por convidar outros pilotos nacionais a correr com as cores do Clube TT de Benavente. O calendário nacional do TT engloba a Baja Carmin (Março), Ervideira Rali TT (Abril), Rali TT Serras do Norte (Junho), Baja TT Proença – Oleiros (Setembro), Baja TT de Idanha a Nova (Setembro) e a Baja de Portalegre em Outubro.As próximas iniciativas do clube ao nível da região passam por um troféu para o sexo feminino e um passeio no final do Verão. “Não temos só sócios que gostam de competir, muitos têm motas apenas para passear”, garantem.O clube, recorde-se, foi criado em Janeiro de 2010 por cinco amigos da terra que querem recuperar o TT enquanto modalidade desportiva de grande tradição no concelho de Benavente. Recorde-se que foi na vila a primeira transmissão televisiva nacional de uma corrida de supercross e que, mais recentemente, foi um dos concelhos escolhidos pela Lagos Sport como local de passagem do Dakar World Series. Fundado por Nuno Silva, Nuno Santos, Pedro Eugénio, Daniel Mendes e Luís Baptista o clube já angariou perto de meia centena de sócios mas quer continuar a crescer.