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Maioria das famílias que estão a pagar créditos à habitação consegue cumprir

Impacto da subida da taxa deverá custar entre 12 e 20 euros por mês

Especialistas dizem que o incumprimento no crédito à habitação se tem mantido razoavelmente estável, o que confirma que a habitação é a última coisa que deixa de ser paga.

O impacto da subida da taxa directora do Banco Central Europeu nas Euribor deverá agravar entre 12 e 20 euros a prestação mensal do crédito à habitação, mas os analistas não prevêem um aumento do incumprimento das famílias.De acordo com uma simulação feita pela Deco para a agência Lusa, no caso de um crédito de 100 mil euros a 30 anos para contratos com taxa Euribor a seis meses de 1,483 por cento (média de março) e um ‘spread’ (margem de lucro do banco) de 0,3 por cento, o aumento será de 12,41 euros. Assim, este empréstimo, que actualmente ronda os 358,86 euros euros mensais sobe para 371,27 euros. Estas contas admitem que haja um reflexo directo de um aumento da taxa de juro directora nas Euribor, ainda que a variação destas últimas seja diferenciada.Para as mesmas condições, se o ‘spread’ for de 1,4 por cento (semelhante ao cobrado nos contratos de 2010 e mesmo alguns de 2009, quando os bancos começaram a abrandar a concessão de crédito) a prestação mensal passa de 415,32 para 428,81 euros, um aumento de 13,49 euros. Já no caso de um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, o aumento será de 18,62 euros se a este estiver associado um ‘spread’ de 0,3 por cento e 20,24 euros com um ‘spread’ de 1,4 por cento.Caso o empréstimo seja indexado à Euribor a três meses (cuja taxa média de Março foi 1,176 por cento), quem tem casa própria poderá ver aumentar a prestação mensal entre 12,10 e 19,79 euros.Questionada sobre a possibilidade de crescimento do incumprimento das famílias no crédito à habitação em função de novos aumentos nas prestações mensais, a economista do BPI Teresa Gil Pinheiro afasta esse cenário.“O impacto deve ser moderado tendo em conta que as taxas Euribor ainda estão em níveis baixos face aos seus níveis históricos”, disse à Lusa a economista, que lembra que “o incumprimento no crédito à habitação se tem mantido razoavelmente estável, o que confirma que a habitação é a última coisa que deixa de ser paga”.De facto, a média anual das taxas Euribor a seis meses foi de 3,23 por cento em 2006, 4,35 por cento em 2007, 4,71 por cento em 2008, 1,44 por cento em 2009 e 1,08 por cento no ano passado. Actualmente, a Euribor a seis meses, principal indexante do crédito à habitação em Portugal, está acima dos 1,5 por cento, enquanto a de três meses está perto dos 1,3 por cento e a 12 meses ultrapassa os 2,025 por cento.Também para João Lourenço, responsável pela área de equity research do Caixa-Banco de Investimento, o efeito nas famílias não será imediato, já que as Euribor já vêm registando um movimento de subida.“No mercado as taxas Euribor já vêm antecipando esta subida do BCE. Não deve haver um impacto significativo nas taxas com a alteração da taxa de juro de referência”, afirmou.

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