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Deputados questionam Governo sobre poluição ambiental de aviário do Cartaxo

Deputados questionam Governo sobre poluição ambiental de aviário do Cartaxo

O problema afecta cerca de quinhentos moradores das imediações

José Gusmão reuniu-se com moradores das Várzeas, arredores da cidade, que lutam há anos contra o mau cheiro.

O deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia da República José Gusmão vai questionar os ministérios do Ambiente e da Agricultura acerca do funcionamento de um aviário na zona das Várzeas, nos arredores do Cartaxo, que tem motivado queixas de centenas de moradores.Antes, já os deputados do PSD eleitos pelo distrito de Santarém tinham apresentado um requerimento sobre o mesmo assunto dirigido aos ministérios da Economia, do Ambiente e da Agricultura. A renovação da licença de laboração da exploração até 5 de Novembro de 2016 constituiu o mote para a intervenção.O cheiro pestilento que atrai milhares de moscas é o principal problema da exploração que mudou de mãos há alguns anos. Os oito pavilhões existentes terão capacidade para 120 mil aves mas neste momento o número deve ser bem inferior. José Gusmão esteve no local e recebeu da associação de moradores cópia da documentação relativa ao licenciamento ambiental da exploração, que em 2008 obteve licença para laborar por mais dez anos. Uma situação que chocou os moradores já que nunca tal licenciamento tinha sido obtido face aos problemas causados. “Colocaremos ao Governo a questão sobre qual é a prática de vistorias e acompanhamento da actividade do aviário. Verificamos que se realizou uma vistoria em Julho de 2010 pela Unidade de Saúde Pública do Cartaxo e pela Divisão e Ambiente e Serviço de Limpeza da autarquia que traçou um cenário aterrador em termos de limpeza. Em Dezembro realiza-se outra vistoria, com aviso prévio à exploração. Não é normal fazer vistorias com aviso prévio quando não tem havido disponibilidade para resolver os problemas e sabendo que as empresas podem ocultar problemas sendo avisadas das inspecções”, assinalou José Gusmão. Durante a conversa com moradores o deputado do BE ficou a saber que o aviário se encontra numa fase mais calma de actividade, devido à provável redução do número de aves. “Há dois ou três meses que a situação tem melhorado, há menos cheiros e menos moscas. A semana passada andaram aqui dois camiões a retirar dejectos de aves, cerca de dez cargas por dia. Os dejectos ficaram espalhados pelo alcatrão e um cheiro horrível”, conta o morador. O problema afecta cerca de 500 moradores das imediações que, face à aparente inactividade da empresa, já ouviram dizer que o seu encerramento pode estar para breve.O aviário é explorado pela empresa Puroovo - Ovos e Derivados, Lda. , da Batalha, que fornecia rações ao anterior proprietário. Ambos terão chegado a acordo para o acerto de uma dívida ficando a empresa fornecedora como rendeira da unidade. O MIRANTE contactou o proprietário da empresa por correio electrónico para obter mais esclarecimentos mas não obteve resposta até ao fecho desta edição.Praga de moscasOs problemas em torno do aviário arrastam-se há muitos anos e já em 2006 moradores da urbanização de S. Francisco se queixavam da praga de moscas proveniente do então designado aviário AMA (edição 11 Outubro 2006). Na altura, um dos proprietários dos aviários disse a O MIRANTE que a empresa possui um sistema para acondicionar o estrume produzido pelas aves em espaço vedado, matéria que encaminhava para explorações agrícolas de três em três meses, sendo impossível não atrair moscas. Recordava ainda que a empresa era fiscalizada pela Direcção Geral de Veterinária, a Câmara do Cartaxo, Direcção Regional de Agricultura e a delegação de saúde concelhia.
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